No início do mês, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região denunciou a prática abusiva do Santander que tem resultado em constrangimento e crimes de importunação sexual contra as trabalhadoras. O banco obriga seus funcionários a usarem celular particular para venderem produtos financeiros aos clientes e, com isso, muitas trabalhadoras têm recebido mensagens e imagens de caráter sexual, sem qualquer consentimento (leia os relatos).
Na semana passada, o Sindicato recebeu mais uma denúncia nesse contexto. Uma bancária, que terá seu nome e agência onde atua mantidos em sigilo, procurou a entidade e relatou que, após entrar em contato com um cliente sobre serviços financeiros do banco, ele passou a enviar mensagens diárias, inclusive, aos finais de semana, com poesias e cantadas.
“O coração alegre serve de bom remédio ?? Bom dia?? Ótimo Domingo pra vc 😘 [sic]”
“Boa tarde quero te pedir perdão pelas mensagens que eu fiquei te mandando pois achei vc uma moça linda queria te conhecer melhor mais sei que não terei essa oportunidade perdão 🥺 [sic]”
“A lenda vem do mato o mato vem do chão o beijo vem da boca e o amor do coração maravilhoso bom dia [sic]”
A situação ficou ainda mais absurda e insustentável quando, inesperadamente, a bancária recebeu um áudio da esposa do cliente, a ameaçando de morte. “Tu tá achando que é o que? Vai ficar falando com ele? Quer morrer, ô filha da p***? [sic]”
Apoio de Sâmia Bomfim
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) divulgou um vídeo cobrando providências do Santander (Brasil e Espanha) e da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), em relação a situação. Ela também enviou ofícios a essas instituições e à Procuradoria Geral do Trabalho. Assista aqui!
O Sindicato reitera sua gratidão ao apoio de Sâmia, parlamentar de São Paulo que mais defende os direitos das mulheres.
Ação coletiva
No intuito de barrar a exposição dos funcionários à situações abusivas e constrangedoras como essas, o Sindicato ajuizou uma ação coletiva no ano passado, exigindo que o Santander forneça equipamento corporativo a todos os empregados.
A entidade espera que, após tantas denúncias públicas, o banco se envergonhe de tamanha irresponsabilidade e forneça a ferramenta de trabalho, antes mesmo de ser obrigado pela Justiça. Basta!