O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região se reuniu com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) no dia 28 de março para solicitar negociação com o Santander sobre a retirada do cartão de ponto dos gerentes de contas empresarias (PJ) e a terceirização. Após analisar a demanda, a Fenaban organizou uma nova reunião entre as partes, no dia 7 de abril.
Em dezembro de 2024, o Santander anunciou que os gerentes PJ deixariam de registrar o ponto eletrônico. A medida foi decidida pelo banco de forma unilateral, sem qualquer negociação com o movimento sindical e os próprios trabalhadores. A justificativa era de que a extinção daria maior flexibilidade para que os gerentes PJ administrassem sua rotina e horários de trabalho para atender as demandas dos clientes, no entanto, ocorreu exatamente o contrário.
Como o Sindicato já previa, os funcionários que atuam nessa função ficaram ainda mais sobrecarregados. A flexibilidade, que poderia ser um benefício, acabou se tornando uma armadilha e verdadeira exploração disfarçada.
Questionados pela entidade sobre como o Santander calcula a carga horária, representantes do banco afirmaram que a jornada é calculada com base na produtividade. Para o Sindicato, essa estratégia pode levar ao adoecimento mental e físico, principalmente porque cria-se uma pressão contínua para manter ou aumentar a produtividade e nem sempre é possível manter o mesmo nível ao longo do dia. Além disso, sem um registro preciso do tempo trabalhado, o banco dificulta o acesso a direitos trabalhistas, como pagamento de horas extras e períodos de descanso adequados.
Terceirização
A contratação de terceirizados e pessoas jurídicas para a realização de vendas dentro das agências do banco também foram pautadas na reunião.
Desde 2021, o Santander tem intensificado a terceirização em nível nacional. Em São Paulo, o banco transferiu diversos bancários para outras empresas do conglomerado, como a F1RST, SX Tools, Prospera, SX Negócios, entre outras. Com isso, bancários que antes eram protegidos pelos acordos coletivos e tinham direitos históricos, ficaram sujeitos à redução de salário e condições de trabalho degradantes.
O Sindicato rechaçou a conduta do Santander, ressaltando que a prática desvaloriza e enfraquece a categoria, além de estimular a precarização. Os representantes do banco, por sua vez, afirmaram que a terceirização já é uma prática comum no mercado e que os funcionários terceirizados atuam exclusivamente na venda de seguros e consórcios, sem acesso ao sistema restrito aos bancários.
Como a reunião não trouxe avanços, o Sindicato estuda a possibilidade de tomar medidas judiciais para contestar ambas as práticas.