No dia 25, uma barragem da Vale localizada em Brumadinho (MG) rompeu-se e causou a morte de cerca de 300 pessoas. Esse novo crime ambiental da mineradora ocorre pouco mais de três anos após o rompimento da barragem em Mariana, também em Minas Gerais, que destruiu o Rio Doce e assassinou 19 pessoas – as vítimas da tragédia seguem sem indenizações, e os culpados, impunes.
Ambos os desastres tiveram início em 1997, quando o presidente Fernando Henrique Cardoso privatizou a principal empresa brasileira do ramo de mineração e infraestrutura, a então Vale do Rio Doce.
A privatização da estatal foi muito questionada. Além da discussão da empresa ser estratégica para o País, sua venda por apenas R$ 3,3 bilhões foi uma afronta, já que na época a estimativa é que suas reservas minerais valiam mais de R$ 100 bilhões. Na ocasião, o principal acionista da Vale era o Bradesco, que integrou o consórcio ValePar.
Foram ajuizados diversos processos contra a privatização. Alguns apontavam que o Bradesco montou o edital de venda da companhia (o que é proibido por lei), entre vários outros problemas jurídicos.
Dez anos após a privatização houve um plebiscito popular, quando 3,7 milhões de brasileiros votaram pela anulação da venda da Vale.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região fez parte desse plebiscito, sendo contrário à privatização desde o começo. “Práticas de extração obsoletas, atropelo das legislações trabalhista e ambiental, ampla terceirização, ganância sem limites… essa é a Vale S.A.”, diz Paulo Tonon, diretor do Sindicato.
Diante de tudo isso, a entidade presta toda a solidariedade ao povo de Brumadinho, aos trabalhadores da Vale S.A. e suas famílias. Além disso, defende cadeia e confisco de bens para os responsáveis pela tragédia, mudanças no modelo de exploração de minérios, ampliação da fiscalização das barragens e atividades minerárias e a estatização da Vale, da Samarco e da CSN.