Assim que assumiu a gestão da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, presidente do banco indicado por Jair Bolsonaro em janeiro de 2019, adotou uma nova política de seleção de funcionários que vão assumir cargos de comando no banco público.
Nela, uma pesquisa interna avalia todos as postagens, comentários ou compartilhamentos públicos na internet que foram realizados nos últimos cinco anos pelos postulantes às vagas de chefia. Estranhamente, quando é encontrado algo que supostamente ligue o trabalhador a uma ideologia ou partido de esquerda, ele não passa na seleção. A mesma postura não interfere na avaliação quando o bancário expressa ideias alinhadas ao discurso bolsonarista, assim, a promoção é conquistada facilmente.
Após o assunto vir a público, a Caixa confirmou a existência da pesquisa feita pela Superintendência Nacional de Integridade e Controle (Suinc), subordinada à Vice-Presidência de Riscos da estatal. Mas a instituição bancária não respondeu a nenhuma questão referente a avaliação das mensagens que os funcionários tecem nas mídias sociais em relação as suas preferências políticas.
Prática condenável
Especialistas em seleção de pessoas e recursos humanos condenam a realização deste tipo de pesquisa. Eles apontam que ela fere a liberdade individual dos profissionais e que defender publicamente ideias ligadas a qualquer ideologia não interfere na qualidade do trabalho que será realizado.
Internamente, a “pesquisa de integridade” recebeu o apelido de KGB pelos trabalhadores da Caixa, inspirada no órgão de espionagem que monitorava pessoas críticas ao comunismo na antiga União Soviética, no século passado.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região não é surpresa o que está acontecendo na Caixa Federal. Pedro Guimarães sonha em ser vice-presidente da chapa de Bolsonaro em 2022, por isso, seguirá fazendo tudo para bajular o presidente.