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Governo Bolsonaro desviou a programa de Michelle R$ 7,5 milhões doados para testes de Covid

01/10/2020

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Em março, a empresa Marfrig, um dos maiores frigoríficos de carne bovina do país, anunciou que doaria R$ 7,5 milhões ao Ministério da Saúde para a compra de 100 mil testes rápidos do novo coronavírus. No entanto, após receber o valor, o governo Bolsonaro repassou a verba ao programa Pátria Voluntária, liderado pela primeira-dama, Michelle.​

No momento da doação, o Brasil enfrentava as primeiras semanas da pandemia e a falta de testes rápidos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) orientava testar a população para que o país conseguisse controlar a disseminação do novo coronavírus, mas não havia material para realizar o procedimento em larga escala.

Apesar dessa necessidade ser urgente e do governo receber o valor que ajudaria no caso, a verba não foi destinada corretamente. De acordo com informação concedida ao jornal Folha de São Paulo, pela empresa que fez a doação, em maio a Casa Civil da Presidência da República informou que o dinheiro seria usado “com fim específico de aquisição e aplicação de testes de Covid-19”. No entanto, no dia 1º de julho, com o dinheiro já transferido, o governo Bolsonaro consultou a Marfrig sobre a possibilidade de utilizar a verba não mais nos testes, mas em outras ações de combate à pandemia. A empresa concordou com a nova destinação dos recursos doados.

Os recursos foram então para o projeto Arrecadação Solidária, vinculado ao Pátria, de Michelle Bolsonaro, que repassou o dinheiro, sem edital de concorrência, a instituições missionárias evangélicas aliadas da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), para a compra e distribuição de cestas básicas.

Os R$ 7,5 milhões da Marfrig representam quase 70% da arrecadação do programa até agora. Desde abril, foram arrecadados R$ 10,9 milhões, dos quais R$ 4,3 milhões foram aplicados até agora sem um edital público. Segundo a Casa Civil, o programa passou a fazer chamamento público para o restante das doações.

Duas organizações filiadas à AMTB também receberam verbas de doações sem que houvesse um edital público. O Instituto Missional, com R$ 391 mil, e o SIM (Serviço Integrado de Missões), com R$ 10 mil.

Procurada, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência não respondeu sobre quais foram os critérios utilizados para estas entidades receberem os recursos e nem sobre a relação entre as ONGs.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, esse desvio é um absurdo e precisa ser investigado! A destinação dos R$ 7,5 milhões em testes rápidos salvaria diversas vidas que foram perdidas pela negligência do governo Bolsonaro.

Em agosto, o presidente afirmou que um governo sem corrupção não é uma virtude, mas uma “obrigação”. Cadê a obrigação, Bolsonaro?

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