Enquanto 16.118 pessoas perderam a vida vítimas da Covid-19, equipamentos de saúde são superfaturados e comprados sem licitação no Brasil.
Foram abertas investigações no Mato Grosso, Rio de Janeiro, Roraima, Pará, Santa Catarina e São Paulo. Autoridades e empresários foram presos. No Rio de Janeiro, segundo o Ministério Público, só um dos contratos pode ter tido pelo menos R$ 4,9 milhões de superfaturamento nos respiradores.
Em outra operação realizada na semana passada, a Operação Lava Jato prendeu outros cinco suspeitos de fraudar contratos milionários na área da saúde. A investigação aponta como chefe do esquema Mario Peixoto, um empresário que presta serviços ao estado do Rio desde o governo de Sérgio Cabral. O suspeito está preso em uma casa à beira-mar, em Angra dos Reis.
A Polícia Federal fez várias gravações autorizadas pela Justiça. Em uma delas, um dos investigados, o empresário Luiz Roberto Martins Soares, cita uma suposta ajuda do governador Witzel, que será ouvido pelo Superior Tribunal de Justiça. Por nota, o governo do Rio informou que todos os contratos celebrados com as empresas envolvidas nas denúncias serão auditados.
A polícia também suspeita da participação de um militar da Marinha no esquema. A Marinha informou que instaurou um inquérito para apurar indícios de fraude na compra de álcool em gel, e que afastou o militar envolvido nas denúncias.
Em São Paulo, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou a investigação de irregularidades por por parte do governo do estado na compra sem licitação de 3 mil respiradores da China ao valor de R$ 550 milhões para o combate à pandemia do coronavírus. Antes disso, o Ministério Público de São Paulo já tinha aberto outro inquérito para investigar essa compra sem licitação. O promotor José Carlos Blat se baseou em uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo que aponta que os respiradores tiveram o preço médio de R$ 180 mil cada, quando modelos similares no mercado custam R$ 60 mil.
No dia 13, o governo de São Paulo informou que receberá menos da metade dos respiradores comprados da China, devido a problemas com o fornecedor.
Para piorar, nesse meio tempo, Bolsonaro editou a Medida Provisória 966 para proteger agentes públicos (e ele próprio) de responsabilização por atos tomados durante a pandemia do novo coronavírus. Ou seja, ao invés do governo lutar contra a impunidade, a protege.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região esses crimes precisam ser investigados e solucionados urgentemente. Esses milhões de reais deveriam salvar vidas e não serem roubados por empresários e autoridades criminosas.