Na manhã de segunda-feira, 24, o presidente Bolsonaro liderou um evento no Palácio do Planalto chamado “Brasil vencendo a Covid-19”. Até aquele momento, o país já registrava mais de 114 mil mortes pela doença.

O evento oficial reuniu médicos entusiastas da hidroxicloroquina, medicamento que não tem eficácia comprovada para a doença.

De acordo com a Folha de S.Paulo, além de defender que o Brasil está vencendo a Covid-19 e de fazer apologia do tratamento com a hidroxicloroquina, o presidente ainda usou a palavra “bundão”, referindo-se a jornalistas.

Disse o presidente: “O pessoal da imprensa vai para o deboche [sobre sua frase do histórico de atleta]. Mas quando [a Covid] pega num bundão de vocês a chance de sobreviver é menor.”

Um dia antes, no domingo, 23, quando um repórter do jornal O Globo perguntou sobre os 15 depósitos suspeitos que Fabrício Queiroz (ex-assessor de Flávio Bolsonaro) teria feito na conta de Michelle Bolsonaro (a primeira-dama), o presidente respondeu que tinha “vontade de encher tua boca com porrada”, acrescentando, ainda, um “safado” ao fim da fala.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o evento e as falas desrespeitosas de Bolsonaro são um escárnio.

Os números da Covid-19, por si só, desmentem a propaganda do governo. Até ontem, dia 25, o Brasil registrou 3.669.995 infecções pelo coronavírus, com 116.580 mortes, sendo que ainda há mais de 705 mil casos em acompanhamento.

Além disso, todas as frases insultuosas do presidente, em qualquer outro momento da história, serviriam para ajudar a impulsionar os pedidos de impeachment — Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, já tem 49 deles em sua mesa. Fora Bolsonaro!