No último dia 10 de abril, o governo Lula chegou aos seus primeiros 100 dias na presidência, neste terceiro mandato. O período ficou marcado pelos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes em Brasília, logo no dia 08 de janeiro de 2023, e pela volta de programas sociais, que já haviam sido marcas de suas gestões anteriores, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, entre outros.

Ao mesmo tempo, apesar de ter sinalizado mudanças durante a campanha em reformas impostas por Temer e Bolsonaro, como a trabalhista e da previdência, não houve avanço significativo em relação a estes assuntos até agora.

Mesmo recriando ministérios como o dos Direitos Humanos, da Igualdade Racial e da Cultura, por exemplo, além de intervenção federal pelo fim da crise dos indígenas yanomamis e a exploração ilegal de suas reservas, a política geral do governo permanece submissa aos interesses do mercado. Neste ponto, o aumento real de apenas 1,38% no valor do salário mínimo é muito pouco, mesmo diante de quatro anos sem nenhuma valorização por parte do governo anterior.

As alianças, que reconduziram Arthur Lira para a presidência da Câmara e Rodrigo Pacheco para o Senado, também mostram que o governo não aprendeu muito com a experiência do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Da mesma forma, sua proposta de um novo arcabouço fiscal ainda mantém a lógica de colocar o orçamento brasileiro a serviço dos grandes especuladores financeiros e não em defesa de melhorias diretas para os trabalhadores.

Conlutas

“É diante deste cenário, que a Coordenação Nacional da CSP-Conlutas definiu que manter a independência de classe e apostar no caminho das lutas são tarefas fundamentais, para intervir nessa conjuntura e defender os interesses da classe trabalhadora, frente ao governo Lula-Alckmin e também para garantir punição aos golpistas e combater o bolsonarismo e a ultradireita”, afirmou o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha.