A bancarização, processo de inclusão da população no sistema bancário, teve crescimento acelerado de 2017 a 2021. De acordo com análise do Banco Central (BC), em 2021, 84% dos brasileiros adultos tinham conta em banco, o que representa um crescimento de 14 pontos percentuais em quatro anos.
Entre a parcela da população com renda mais baixa, o crescimento de pessoas bancarizadas foi ainda mais expressivo, saltando de 57% em 2017 para 82% em 2021. A diferença para a classe mais alta era de 22 pontos percentuais e passou para apenas três pontos no ano passado. De acordo com o Banco Central, esse aumento pode ser explicado por diversos motivos, principalmente pela criação de contas para o recebimento do Auxílio Emergencial e a criação do Pix.
Divergência
A análise, realizada com base em um levantamento do Banco Mundial, mostra que entre 2014 e 2017, houve um crescimento de apenas dois pontos percentuais, aumentando de 68% para 70%. No entanto, segundo a autoridade monetária, o percentual apurado pelo Banco Mundial diverge dos números internos do BC.
O Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional (CCS), mostra que no fim de 2020, 96% da população adulta possuía ao menos um relacionamento com uma instituição pertencente ao Sistema Financeiro Nacional (SFN). “Essa discrepância pode estar relacionada a pessoas com relacionamentos inativos com o SFN, cujos registros não constam como encerrados no CCS ou, ainda, pessoas com contas ativas que tenham pouco uso recorrente”, disse a autoridade.
Falta de informação
A pesquisa também mostra que aqueles que não possuem conta em banco justificaram a decisão por motivos diversos, como o custo o custo de mantê-la (67%); a falta de dinheiro (63%); e a incapacidade de fazer uso do serviço sem ajuda (41%). No caso, essa incapacidade se dá pela falta de informação e até mesmo insegurança do público em questão, como os idosos.
O uso de meios digitais de pagamentos cresceu 20 pontos percentuais entre 2017 e 2021. No Brasil, 78% das pessoas que passaram pela pesquisa afirmaram ter acesso à internet e 85% possuíam um telefone celular.
Quadro reduzido de bancários
Enquanto a bancarização segue crescente, o número de bancários para atender toda demanda das agências regride. Segundo a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foram fechados quase 300 postos de trabalho na região de Bauru, em dez anos.
Para o Sindicato, essa queda no número de bancários é inaceitável, ainda mais diante do aumento da bancarização. As longas filas para atendimento, a sobrecarga de trabalho e o desvio de função não mentem: os bancos precisam contratar mais funcionários!