O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região realizou nesta quarta-feira (20), um protesto na agência do Banco do Brasil de Avaré, contra os constantes casos de assédio moral na unidade, que levaram ao adoecimento de ao menos seis trabalhadores. Além dos afastamentos, há casos de pedidos de transferência e descomissionamentos, após tamanha pressão e constrangimentos sofridos.
Denúncias revelam que os funcionários que não aceitam fazer o que o gerente geral ordena, por conta de não estar nas normas do banco, são discriminados e sofrem agressões verbais – testemunhadas por clientes da agência e vigilantes -, exposições em grupo de WhatsApp e perseguição. Em contrapartida, aqueles que aceitam, são promovidos, sem qualquer critério justo.
Um dos casos que provoca estarrecimento é de um bancário que sofreu assédio no grupo de WhatsApp da agência, após ser alvo de “piada” referente ao tamanho de seu órgão genital. O mesmo trabalhador também recebeu em seu celular particular uma ligação do gerente geral, o obrigando a alcançar sua meta individual.
Em outro caso, o gerente geral chegou a entregar um termo de alcance de metas para uma assistente assinar e se comprometer a cumpri-las. Houve também cobrança exagerada e ameaçadora na forma da reposição das horas negativas impostas pela pandemia.
Mais uma denúncia que causa revolta é a de uma gerente que estava afastada por licença maternidade e teve sua carteira de clientes alterada. Por conta da atitude, a trabalhadora adoeceu e recentemente foi “convidada” a aceitar um cargo menor, sendo ameaçada de descomissionamento caso não concordasse.
O Sindicato já denunciou todos os abusos para a diretoria do BB e está apoiando as vítimas. A entidade relembra que a Convenção Coletiva da categoria proíbe a cobrança de metas por WhatsApp em telefones particulares.
Combate
Infelizmente, a prática de assédio moral é institucionalizada nos bancos. Como exemplo, há os casos de assédio moral e sexual praticados pelo ex-presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, e por outros gestores da instituição.
Para lutar contra essa situação, a Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB), a qual o Sindicato é ligado, reivindica na campanha salarial deste ano o fim do assédio moral e sexual nos bancos, e medidas efetivas de combate a esses abusos.