O presidente da Caixa Econômica do Brasil, Pedro Guimarães, está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Ministério Público Federal (MPF) por conta dos gastos durante sua gestão, que já totalizam R$ 2,7 milhões em viagens pelo Brasil.
Desde quando assumiu a direção do banco em janeiro de 2019 até setembro deste ano, ele viajou 202 vezes. Em média, Guimarães viaja a cada cinco dias e já visitou 101 cidades.
Os valores dos gastos foram divulgados pelo próprio banco, a pedido do jornal O Globo, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Contudo, nos dados, não há uma discriminação entre quanto foi gasto com passagens ou diárias e também não é possível saber quantos acompanhantes foram incluídos nessas viagens.
Além disso, esses valores não estão em nenhum dos balanços divulgados pela Caixa e, ainda segundo O Globo, durante uma entrevista de Guimarães com o jornal em maio, ele estimou que o custo total de cada deslocamento variava entre R$ 40 mil e R$ 50 mil.
Dentre as viagens, os destinos mais visitados por Guimarães foram para São Paulo (49 vezes) e Rio de Janeiro (17 vezes). Em viagens internacionais, o presidente da Caixa foi a Nova York por três vezes para reuniões com investidores, gastando R$ 108 mil.
Já a viagem mais cara – R$ 88,9 mil – foi a Itapipoca (CE) e Oeiras (PI), onde, em 15 de outubro de 2020, ele teve “agendas institucionais com o objetivo de entender as peculiaridades locais do banco, redirecionando tecnicamente as estratégias de atuação da Caixa, no que couber”, segundo o banco. Em segundo lugar está uma viagem para Rio Branco (AC), também para “agendas institucionais”, em fevereiro de 2019. Nessa, Guimarães gastou R$ 76,9 mil em passagens e diárias.
Investigação
Além da investigação no TCU, sob relatoria do ministro Aroldo Cedraz, há a solicitação do MPF para que Caixa forneça informações sobre as passagens aéreas gastas por Guimarães e seus acompanhantes. Para o procurador responsável pela apuração do caso, em despacho de 13 de outubro de 2021, é preciso esclarecer as viagens de Guimarães “que, em tese, não se enquadram às finalidades institucionais e às atribuições do presidente”.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a gestão Pedro Guimarães é um total equívoco. Desde a forma como os funcionários vem sendo tratados desde que ele assumiu o cargo, até esses gastos absurdos sem uma justificativa real. Investigação, já!
(Na foto, Pedro Guimarães posa na lama de um mangue em Belmonte, na Bahia, ao lado de pescadores, durante uma de suas viagens pelo Brasil)