De acordo com uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Economia e Estatística (Dieese), o salário mínimo de R$ 1.067, proposto pelo governo Bolsonaro para 2021, representa menos de um quarto (24,1%) do valor necessário para garantir o sustento de uma família de quatro pessoas.
Anunciado pelo governo no final de agosto, o salário não terá aumento real pelo segundo ano seguido. Em relação aos atuais R$ 1.045, o aumento é de R$ 22, valor que deve apenas repor a inflação projetada para 2020, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 2,09%. Já em relação à previsão inicial, que era de 1.079, o valor do mínimo caiu R$ 12. Segundo Bolsonaro, a mudança se deu por conta da previsão orçamentária deste ano.
Conforme os cálculos do Dieese, em julho, o salário mínimo necessário para cobrir os gastos essenciais de dois adultos e duas crianças ficou em R$ 4.420,11. Apesar da queda da inflação, as famílias mais pobres são fortemente impactadas, no acumulado até julho, a inflação dos mais pobres chegava a 1,15%, contra 0,03% dos mais ricos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Um dos fatores que explica essa variação é o aumento do preço dos alimentos, que tem maior impacto para as famílias que ganham menos.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a decisão do desgoverno Bolsonaro de não conceder aumento real no salário mínimo, comprova ainda mais a insensibilidade do presidente. Com esse valor tão baixo e em plena pandemia do novo coronavírus, é impossível suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte e lazer. Revoltante!