Uma reportagem publicada na revista Piauí deste mês revela que, numa reunião ocorrida em 22 de maio, ao ser informado que Celso de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), havia consultado a Procuradoria-Geral da República sobre a possibilidade de apreender o seu celular e o de seu filho Carlos, o presidente Bolsonaro disse: “Vou intervir!”
Assim narrou o episódio a jornalista Monica Gugliano: “Bolsonaro queria mandar tropas para o Supremo porque os magistrados, na sua opinião, estavam passando dos limites em suas decisões e achincalhando sua autoridade. Na sua cabeça, ao chegar no STF, os militares destituiriam os atuais onze ministros. Os substitutos, militares ou civis, seriam então nomeados por ele e ficariam no cargo ‘até que aquilo esteja em ordem’, segundo as palavras do presidente.”
Estiveram presentes à reunião três generais: o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno.
Ainda de acordo com a reportagem, Luiz Augusto Ramos “recebeu bem a intenção do presidente”, mas Walter Braga Netto e Augusto Heleno “tinham dúvidas sobre a forma e as consequências de uma intervenção”. Para Heleno, “não é o momento para isso”.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, essa é mais uma mostra da sanha golpista do presidente. É por esse e outros motivos que a entidade já assinou um dos mais de 50 pedidos de impeachment de Bolsonaro. Os fatos narrados pela reportagem só vêm reforçar a necessidade da sociedade se mobilizar para isso.