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2 milhões de infectados, 77 mil mortos: negligência dos governos impede controle da pandemia e agrava crise

17/07/2020

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Por CSP-Conlutas

“Nós temos em torno de cinco e seis aviões caindo por dia e o que eu vejo é uma fila enorme de pessoas querendo viajar nesses aviões”. Essa é a declaração do líder do Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19 da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o professor Roberto Medronho, ao avaliar o cenário da pandemia no Brasil, em entrevista à agência Reuters.

Nesta quinta-feira (16), o país registrou a assustadora marca de 2 milhões de pessoas infectadas e quase 77 mil mortes. Ontem, somente nas últimas 24h, foram 1.299 óbitos.

Os números revelam um crescimento explosivo de casos no último mês. Isso porque foram necessários quatro meses após o registro do 1° caso oficial de coronavírus no Brasil, em 26 de fevereiro, para se alcançar a marca de 1 milhão de pessoas infectadas, no dia 19 de junho. Na data, havia 50 mil óbitos oficiais. Entretanto, nesta quinta, antes de completar um mês, dobramos os casos da doença no país. Há ainda um detalhe: são números subnotificados em razão da falta de testes. A realidade é ainda mais grave.

É uma tragédia sem precedentes. Milhares de famílias choram seus mortos. Perderam pais, filhos, parentes, amigos, companheiras e companheiros. A falta de controle da contaminação, a falta de leitos hospitalares, de condições para manter o isolamento social e a política genocida dos governos criam uma situação de “pandemia sem fim” que agrava cada vez mais a crise sanitária, social e econômica.

Um “platô” de mortes

Infelizmente, cinco ou seis aviões estão caindo por dia no Brasil se comparar com o número de mortes por Covid-19. Mas, se acidentes aéreos costumam causar grande comoção social, o mesmo não se pode dizer em relação ao que ocorre hoje em relação à pandemia por parte dos governantes.

No último mês, governadores e prefeitos deram início a um liberou geral, determinando o fim de medidas de quarentena e isolamento social. Shoppings, centros comerciais, salões de beleza, entre outros setores, reabriram antes de controlar a disseminação do vírus.

Operários são usados como bucha de canhão e se aglomeram nas fábricas que nunca pararam de funcionar, mesmo não sendo essenciais. Transportes públicos circulam lotados. O povo pobre nas periferias, sem renda, não tem direito a exercer uma quarentena ou isolamento social e se protegerem.

Para justificar suas políticas genocidas, Bolsonaro, governadores e prefeitos falam em “platô” da pandemia, como se houvesse uma estabilização, com tendência de queda. Mas, infectologistas e especialistas alertam: a média de mortes, em torno de 1 mil, é altíssima.

Além disso, se nesse momento existem sinais de recuo em algumas capitais como São Paulo e Rio, por exemplo, a contaminação cresce em cidades do interior, grande parte sem infraestrutura hospitalar.

Se hoje a taxa de óbitos está em queda no Amazonas, Acre, Pará, Roraima e Rio de Janeiro, isso é compensado pelo crescimento de vários outros Estados, como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Tocantins e no Distrito Federal.

Mas, em muitos, a média está estável em um nível elevado. É o caso de Amapá, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, São Paulo e Bahia.

Em entrevista à BBC News, a infectologista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, considera esse dado preocupante. “É muito complicado nos acostumarmos com mil mortes por covid-19 todo dia. A gente começa a achar que é normal, mas isso não é normal”, disse.

Política genocida

O governo de Bolsonaro nunca deixou de tratar a pandemia como uma “gripezinha”, adotando uma política genocida, de desprezo pela Ciência e pelas medidas sanitárias de prevenção e combate ao coronavírus. Se de início alguns governadores agiram diferente (mesmo que de forma parcial e também insuficiente), agora fazem o mesmo que Bolsonaro e, em nome do lucro, vêm tomando medidas de fim do isolamento social e liberação geral de atividades econômicas, apesar do descontrole da contaminação.

O Ministério da Saúde tem um general do Exército, Eduardo Pazzuelo, como ministro interino há dois meses, depois que os dois ministros anteriores se demitiram. O militar aplica a ferro e fogo a política genocida de Bolsonaro de descaso no combate à pandemia e medidas como a liberação da cloroquina, medicamento que não tem eficácia comprovada contra a Covid-19, ao ponto de despejar 60 mil desses comprimidos em terras indígenas.

Faltam testes, respiradores, investimentos. Em junho, o MPF (Ministério Público Federal) abriu um inquérito civil público para apurar o baixo investimento do governo Bolsonaro no combate à pandemia. Segundo o órgão, de um montante de R$ 11,7 bilhões para execução direta pelo Ministério da Saúde nestas ações, somente R$ 2,5 bilhões haviam sido empenhados e apenas R$ 804 milhões foram efetivamente pagos até 27 de maio.

Enquanto os governos aplicam esta política genocida, a crise econômica e social se agrava consequentemente. É um circulo vicioso: não combatem a pandemia e isso alimenta a crise econômica e social. Metade da população em idade economicamente ativa (em condições de trabalhar), pela primeira vez, está fora do mercado de trabalho.

A CSP-Conlutas se solidariza com cada família afetada pela pandemia e apresenta um programa de reivindicações em defesa da vida, dos empregos e direitos dos trabalhadores e do povo pobre.

O combate imediato à pandemia exige que os governos decretem Quarentena Geral já, com garantia de renda digna para os trabalhadores formais e informais e pequenos proprietários. Para garantir essas demandas, basta suspender o pagamento da dívida pública e utilizar as reservas do Tesouro Nacional.

Em defesa da vida, dos empregos e dos direitos dos trabalhadores e do povo pobre, é preciso que as direções do movimento intensifiquem a mobilização para dar um basta ao governo de ultradireita e genocida de Bolsonaro. Neste sentido, realizar um novo dia nacional de lutas em 7 de agosto pelo Fora Bolsonaro e Mourão, já!

Confira aqui o conjunto de propostas da CSP-Conlutas de combate à pandemia e à crise.

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