A coluna Painel da Folha de S.Paulo informou ontem, 4, que “o novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Souza, decidiu trocar a chefia da superintendência do Rio de Janeiro, foco de interesse da família de Jair Bolsonaro”. Carlos Henrique Oliveira, o atual superintendente do estado, foi convidado a ser o diretor-executivo da PF.
Em sua despedida do governo, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que o presidente queria trocar o diretor-geral da PF para interferir politicamente na polícia e antecipou que Bolsonaro queria mudanças no Rio e em Pernambuco.
Leia um trecho da reportagem:
“Carlos Henrique virou superintendente do Rio por decisão de Maurício Valeixo, ex-diretor-geral, após a primeira crise entre a PF e Bolsonaro.
“Em agosto do ano passado, o presidente atropelou a Polícia Federal anunciando a troca de comando estadual que ainda estava sendo discutida internamente.
“Depois, Bolsonaro deu entrevistas rejeitando o nome escolhido pela direção do órgão, o de Carlos Henrique Oliveira, que era superintendente de Pernambuco.
“Isso porque, segundo Bolsonaro, estava pré-conversado (não disse com quem) o nome de Alexandre Saraiva, hoje superintendente no Amazonas.
“O fato de o presidente ter, no mínimo, sugerido um nome provocou reação imediata na cúpula da PF, inclusive com ameaças para deixar os cargos.”
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região lembra que o RJ é o reduto político da família Bolsonaro e onde correm, por exemplo, as investigações sobre a ocorrência de “rachadinhas” — prática parecida com o emprego de “funcionários fantasma” — nos gabinetes de Flávio e de Carlos Bolsonaro em anos recentes.