Hoje, 7 de abril, é o Dia Mundial da Saúde. Porém, em meio à pandemia do coronavírus, os profissionais dessa área pouco têm a comemorar. Os números recentes de afastamentos e contaminações são alarmantes (sendo que nem todos fazem os testes).
Somente em São Paulo estima-se que, na rede pública hospitalar, em onze redes entre as maiores da capital, passa de 1.270 o número de profissionais afastados por covid-19 até o último dia 1. Nas duas maiores referências em saúde da rede privada, os hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, também em São Paulo, a realidade não é diferente: até o dia 31, juntos, somavam 450 profissionais de saúde afastados por contaminação pelo novo coronavírus. No Einstein, os 348 afastados representam 2% dos 15 mil trabalhadores do hospital; 13 deles precisaram ficar internados.
No Rio de Janeiro, pelo menos 100 enfermeiros e 30 médicos estão afastados por contágio ou suspeita de covid-19. No Rio Grande do Norte, a situação é alarmante: mais de um terço do total de contaminados, 37% deles, são profissionais de saúde. Três deles morreram nos últimos dias.
No restante do mundo não tem sido diferente. No dia 30 de março, a Espanha divulgou que 14% dos seus mais de 85 mil infectados eram profissionais da saúde, algo em torno de 12,3 mil pessoas. Na Itália, já são 6,4 mil trabalhadores do setor infectados pelo coronavírus.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a falta de investimentos na Saúde é resultado de políticas neoliberais, que acabam por retirar verbas do setor (e de outros setores do serviço público) transferindo-as diretamente para os banqueiros, para o pagamento da dívida pública. O resultado é visível: a falta de EPIs é generalizada. Existem denúncias de falta de máscaras, óculos, gorro, sabão, papel toalha e álcool em gel. Em algumas unidades da rede pública falta até água.
É preciso uma mudança drástica na política econômica para que as verbas públicas cheguem ao seu destino: à garantia da vida (e não dos lucros), ao fortalecimento do SUS, responsável pelo atendimento de 80% da população.