A agência do Banco Mercantil, localizada no cruzamento da rua Primeiro de Agosto com a Treze de Maio, área central de Bauru, foi fechada no dia 18 de outubro. Agora, a instituição só possui uma unidade na cidade.
Em setembro, a agência deixou de operar a folha de pagamento do INSS. Com isso, cerca de 8.500 contas de beneficiários foram distribuídas entre o Itaú e Bradesco. A medida já indicava o fechamento da unidade, porém, as atividades foram encerradas de maneira repentina, sem o conhecimento do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região. No entanto, a principio, todos os funcionários foram realocados.
Sobrecarga de trabalho e filas
As consequências do fechamento já chegaram à agora única agência do banco em Bauru, que atualmente possui cerca de 11 funcionários. No dia 6, durante ato do Sindicato contra o fechamento, mais de 30 clientes, sendo a maioria idosos, aguardavam atendimento (veja fotos). De acordo com uma aposentada, o tempo de espera ultrapassava 1 hora.
Ameaças de demissão na região
Além da sobrecarga de trabalho, os funcionários do Mercantil são obrigados a cumprir metas cada vez mais inatingíveis. De acordo com o parágrafo segundo do ACT do Programa Próprio de PLR, o Mercantil só estará obrigado ao pagamento da PLR/Programa Próprio se os empregados cumprirem “no mínimo 80% da meta de lucro líquido estabelecida para o Banco Múltiplo em cada período de avaliação”. Em 2023, a instituição atingiu a marca de R$ 421 milhões de lucro líquido.
Para a entidade, a proposta é absurda e injusta, pois eleva a meta dos funcionários a um nível inalcançável. A exemplo, se os empregados conseguirem atingir 70% da meta – o que já é quase impossível – não irão receber o pagamento da PLR/Programa Próprio.
Na região, em cidades como Avaré, os funcionários estão sendo obrigados a captar mensalmente um alto número de clientes. Aqueles que não alcançam o resultado esperado são ameaçados de demissão. Piorando a situação, o Mercantil não fornece celular corporativo, com isso, os trabalhadores utilizam seus aparelhos particulares para contactar clientes.
O Sindicato repudia essa conduta abusiva do Mercantil. Caso o banco não cesse as ameaças de demissão e não forneça essa ferramenta indispensável e fundamental para o dia a dia corporativo, a entidade tomará todas as medidas judiciais cabíveis.