No dia 28, metroviários, ferroviários, professores da rede estadual pública, trabalhadores da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e funcionários da Fundação Casa deram início a uma greve unificada, em protesto contra os projetos de privatização planejados pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A greve dos metroviários e ferroviários durou 24 horas. O governador não concordou com a proposta de “catraca livre” – não realizar a cobrança de tarifas enquanto durar a paralisação – feita por representantes dos trabalhadores do sistema público de transporte.
Além das paralisações, os trabalhadores organizaram manifestações na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). No mesmo dia, André do Prado (PL), presidente da Alesp, anunciou que a discussão sobre a privatização da Sabesp deve começar no plenário da Casa a partir do dia 4. O governo precisa de maioria simples para aprovar o projeto: 48 votos.
Sem acordo
A Sabesp, uma das maiores empresas de saneamento do mundo, é responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto de 375 municípios paulistas, onde vivem 28,4 milhões de pessoas. A empresa é composta por mais de 12 mil funcionários e está na mira de Tarcísio desde a campanha eleitoral.
Em coletiva de imprensa, o governador considerou a greve como “ilegal e abusiva” e afirmou que os estudos para a privatização dos serviços de transporte (CPTM) e água e saneamento (Sabesp), não vão parar. “Não há negociação possível com o governo, porque nós vamos continuar estudando concessões e privatizações. Ano que vem, nós vamos fazer a privatização da Sabesp”, disse.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região apoia o movimento grevista e reitera sua posição contrária aos projetos de privatizações do governo Tarcísio. A entrega da Sabesp às mãos da iniciativa privada é inaceitável e trará infinitos prejuízos aos trabalhadores, serviços e população.
Como dizem os companheiros paulistas, “a Enel de hoje é a Sabesp de amanhã”. Ou seja, se a privatização da Sabesp não for barrada, a população sofrerá duramente com a queda da qualidade dos serviços e com o aumento de tarifas, assim como foi no caso da Enel, empresa privada responsável por distribuir energia em parte da Região Metropolitana e que deixou, por dias, mais de 2 milhões de imóveis às escuras no início de novembro.