O Bradesco registrou lucro recorrente de R$ 1,595 bilhão no quarto trimestre de 2022, uma queda de 75,9% na comparação anual. O resultado foi bem abaixo do consenso Refinitiv, que previa lucro de R$ 4,404 bilhões.
O banco encerrou 2022 com o lucro líquido recorrente de R$ 20,7 bilhões, uma redução de 21,1% em relação a 2021. O lucro líquido contábil foi de R$ 1,437 bilhão no período, uma redução de 54,7% em relação a 2021.
Rombo na Americanas
A Provisão de Devedores Duvidosos (PDD) expandida totalizou R$ 14,881 bilhões no quarto trimestre, diante dos R$ 4,823 bilhões registrados no mesmo trimestre de 2021.
Apesar de não citar diretamente a Americanas, o Bradesco informou que fez 100% de provisionamento relacionado a um caso de “um cliente Large Corporate específico”, ocorrido no início de 2023, no valor R$ 4,9 bilhões.
Se essa provisão não fosse levada em conta, o ROAE – indicador financeiro que mede o desempenho de uma companhia considerando o patrimônio líquido médio em circulação entre os acionistas da empresa – do trimestre teria sido de 10,3%.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, esse impacto negativo nos resultados financeiros dos bancos ocasionado pelo rombo estimado em R$ 20 bilhões da Americanas, principalmente no caso do Bradesco, Santander e Itaú, pode resultar em fechamento de agências e demissões de funcionários, já que as instituições podem buscar recompor a lucratividade com base na redução de despesas administrativas e de pessoal. Estamos de olho!