Na foto: Priscila Rodrigues e Alexandre Morales, diretores do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, estão visitando os departamentos atingidos pela realocação e exigindo da Caixa uma audiência para que o banco explique todo o processo. Tanto para os funcionários quanto para o Sindicato, o processo não tem sido feito de maneira transparente e não solucionará o problema da falta de trabalhadores nas agências. O Sindicato também vai notificar o Ministério Público do Trabalho no intuito de impedir mais esse ataque.
No último dia 31, as áreas-meio da Caixa Econômica Federal foram surpreendidas com mais uma bomba: centenas de empregados seriam transferidos já nos próximos dias para as agências do banco, interrompendo processos de trabalho, gerando o caos na vida dos atingidos e desmontando ainda mais o banco. A reestruturação que será por etapas, atingirá mil bancários apenas nessa primeira fase.
Em menos de seis meses na gestão da Caixa, a dupla Bolsonaro/Pedro Guimarães já tentou vender a Loteria Federal e distribuiu cargos de Vice-Presidentes, Gerentes Nacionais e Superintendentes através de critérios políticos, perseguindo quem tem posições distintas, e estabelecendo um clima de pressão, assédio moral e superexploração ainda maiores.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o ponto de vista da empresa em abrir mão de pessoas capacitadas numa área para virarem aprendizes em outra não faz qualquer sentido.
“Muitos dos transferidos estão perdendo sua função nessa transferência unilateral, o que desmotiva os funcionários. A Caixa precisa de novas contratações para executar com eficiência o papel de banco público, tão importante para a sociedade brasileira”, declara Alexandre Morales, bancário da Caixa e diretor do Sindicato.
Liminar
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) obteve na última quinta-feira, 6, uma liminar que, na prática, adia esse processo de transferência forçada. A decisão (da juíza substituta Patrícia Birchal Becattini, da 4ª Vara do Trabalho de Brasília) é válida para todo o Brasil.
O Sindicato estuda a possibilidade de entrar como litisconsorte nessa ação da Contraf, já que, na base da entidade, mais de 10 bancários já foram transferidos para agências, sendo que dois deles correm o risco de perder a função por conta dessa transferência.
Contratações
A Caixa possui um déficit de mais de 10 mil funcionários. No começo de maio, a Justiça do Trabalho condenou o banco por não contratar pessoas com deficiência (PCD). Para se adequar à legislação da Lei de Cotas, a Caixa precisaria contratar 2.500 PCDs. No último dia 5, o banco anunciou a contratação de mil pessoas aprovadas em concurso em 2014. Entre 50% e 75% destas serão candidatos com algum tipo de deficiência.