Há mais ou menos um ano, o Itaú, sem qualquer reunião com o movimento sindical, implementou o SQV (Score de Qualidade de Vendas), um programa nebuloso que, para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, serve apenas para legitimar metas absurdas e punir os bancários que não as cumpra.
O SQV avalia o funcionário por sete indicadores: nível de cancelamento de produtos, cancelamento de produto seguido de nova contratação, reclamações, ações cíveis, concentração de produtos num mesmo CPF, ressarcimento, e cancelamento de crédito.
Cada vez que o bancário recebe um apontamento nesses itens ele recebe uma pontuação, que se acumula e só expira depois de um ano. A consequência do acúmulo de pontos é a advertência e, no limite, até a demissão.
“As metas inatingíveis e a constante ameaça de demissão fazem com que ocorram casos como o recente infarto de uma funcionária dentro da agência do banco”, relembra Roberval Pereira, funcionário do Itaú e diretor responsável pela subsede de Avaré do Sindicato.
Para a entidade, é preciso aproveitar a campanha salarial para pressionar o Itaú a cancelar o SQV, afinal a própria pressão do banco muitas vezes induz o trabalhador ao erro. O Sindicato lançou uma campanha denunciando o Itaú (ao lado, duas das artes criadas para alertar as pessoas sobre as consequências dos abusos do banco).
(Bancários na Luta nº 36)