Em audiência com o Ministério Público do Trabalho (MPT), no dia 3, a Contraf-CUT denunciou o Santander por práticas antissindicais. A denúncia é em relação às transferências de trabalhadores para outras empresas pertencentes ao mesmo conglomerado, como STI, SX, Santander Corretora, entre outras.
Com a transferência, os bancários passam a enquadrar outras categorias e deixam de ter diversos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) válida em todo o território nacional. Além disso, a medida enfraquece a organização dos trabalhadores. Ao MPT, o movimento sindical destacou que, de 2020 até este ano, 17.964 bancários passaram por essa situação.
Apesar do movimento sindical ter reivindicado diversas vezes o direito de representação desses empregados, o Santander se recusa a reenquadrá-los, mesmo eles exercendo as mesmas atividades bancárias que já exerciam anteriormente.
Violência e censura
Em agosto, o Santander acionou a Polícia Militar, durante uma manifestação contra a terceirização e em defesa de melhores condições de trabalho. O ato, que ocorria pacificamente em frente à sede administrativa da instituição, foi interrompido pela truculência dos policiais, que agrediram trabalhadores e dirigentes sociais, incluindo mulheres, com cassetetes. O deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT) também sofreu represália, sendo atingido por arma de choque.
O caso foi relembrado durante a audiência. O Santander, por sua vez, “saiu pela tangente” e alegou que não teria condições de dar continuidade a sua participação na discussão, por ter outros compromissos no dia. O MPT se comprometeu em agendar uma nova audiência. Até o momento, não há data definida.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a conduta do Santander é inadmissível e precisa ser barrada pelo MPT. O banco precisa, de uma vez por todas, parar com essa terceirização fraudulenta e respeitar a legitimidade dos representantes dos trabalhadores!