A Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) elaborou e entregou à Fenaban no dia 14 junho uma pauta de reivindicações alternativa à pauta da Contraf/CUT. Espanta o fato de que até agora não tenham sido negociadas soluções para diversos problemas concretos da categoria, muitos deles que perseguem os bancários há tempos. Veja abaixo alguns pontos que precisam ser discutidos. Essa é a hora de pressionar os banqueiros. Vamos à luta!
Saúde
A pressão por metas é, muito provavelmente, a maior responsável pelo adoecimento em massa da categoria bancária. Além do fim das metas, é preciso negociar estabilidade maior para quem retorna de licença-saúde e, também, obrigar os bancos a pagarem salário aos bancários que são considerados “aptos” pelo INSS e “inaptos” pelos médicos dos bancos, ou seja, aos que se encontram no ‘limbo previdenciário”.
Remuneração
A reivindicação da FNOB é um reajuste salarial de 22%, índice que corresponde à inflação acumulada no último ano somada às perdas salariais comuns a todos os bancos desde 1994 (a partir do Plano Real). Quando a CUT ignora as perdas salariais e diz lutar por “aumento real”, ela se torna cúmplice dos banqueiros no ataque ao antigo poder de compra dos bancários.
Emprego
Defendemos a assinatura da Convenção Nº 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Se o Brasil assinasse essa convenção, acabariam dois dos grandes problemas da categoria bancária: o fechamento dos postos de trabalho (são 57 mil a menos nos últimos seis anos) e a rotatividade, que resulta em economia para os bancos às custas de demissões dos funcionários mais antigos.
Tecnologia
Praticamente todos os bancos estão criando agências digitais. No entanto, não existe na convenção coletiva qualquer cláusula que regulamente a jornada de quem trabalha nessas “agências”. A FNOB defende uma jornada de trabalho especial para os bancários desses setores, além da regulamentação do teletrabalho (home office). Por fim, também é preciso garantir que não haja terceirização nesse setor.
Precarização
A nova lei trabalhista abriu as portas para a precarização da categoria bancária, permitindo a jornada 12 x 36 (12 horas de trabalho a cada 36 horas de descanso), a jornada intermitente, o banco de horas negociado individualmente (e não em convenção coletiva), o fim das homologações nos sindicatos, entre outros ataques. A campanha salarial é o momento de lutarmos para impedir a aplicação desses absurdos.