Com a aprovação do relatório de Tasso Jereissati na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a reforma da Previdência continua avançando. O texto agora segue para análise do plenário e do Senado e a expectativa é que, infelizmente, ela esteja concluída até 10 de outubro.
Enquanto se debate a implementação de uma idade mínima de uma aposentadoria e o aumento do tempo de contribuição, é esquecido um dos principais motivos de “quebra” da Previdência: o não pagamento de empresas ao INSS.
Esse problema não é apenas nacional. O Jornal Dois, de Bauru, fez uma reportagem com base na lista pública de devedores que está disponível no site da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
De acordo com a reportagem, Bauru tem 3.283 pessoas e empresas endividadas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Considerando as dívidas maiores que R$ 1 milhão, a lista chega a 135 nomes, a maioria de empresas”.
Somados, os 135 débitos chegam ao valor de R$ 904 milhões. Parte dos calotes são de empresas que faliram, quebraram ou estão em liquidação judicial, o que dificulta o pagamento aos cofres públicos.
Mas existem registros de empresas devedoras que seguem em atividade na cidade, como as escolas do grupo Preve Ensino, a empresa de cobrança Multicobra e a construtora Assuã.
Terceiro colocado da lista, com uma dívida de mais de R$ 87 milhões, o frigorífico Mondelli está em processo de falência e segue alvo de uma batalha judicial pela compra da massa falida da empresa.
Outro conhecido da população é o Esporte Clube Noroeste. O time deve à Previdência mais de R$ 3 milhões. O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região segue na luta contra a reforma da Previdência.
Estudos mostram que após a reforma, o trabalhador mais pobre continuará recebendo salário mínimo, mas precisará contribuir cinco anos a mais para isso. Já para salários superiores ao piso, o desconto em relação a o que é pago hoje, poderá chegar a 40%.
“O trabalhador terá de conviver com uma aposentadoria reduzida ou recorrer a planos de previdência privada, o que fará a alegria dos banqueiros”, afirma Paulo Tonon, bancário do Banco do Brasil e diretor do Sindicato.