A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, teve seu salário reajustado para R$ 78,43 mil, um aumento de 4,62%. O incremento foi aprovado por acionistas do banco, após a primeira proposta de reajuste ser negada.
De acordo com a primeira proposta, a presidente teria seu salário elevado a quase 57%, passando a receber R$ 117.470 mil por mês. O aumento seria necessário por conta da defasagem, em razão do congelamento dos salários dos executivos entre 2016 e 2022.
Críticas
Após ser alvo de várias críticas pelo pedido de aumento salarial de 57%, Tarciana lamentou a situação durante coletiva realizada no dia 9, para comentar o resultado do BB no primeiro trimestre. “Estou aqui há 24 anos: nunca foi por dinheiro”, disse a presidente.
Dias antes, Medeiros já havia comentado o caso durante evento corporativo voltado a mulheres que ocupam cargos de liderança. Segundo ela, havia comentários na internet questionando sua capacidade profissional e, até mesmo, afirmando que o reajuste era “muito para uma mulher”. “Trouxe isso aqui para dividir com vocês porque sei que muitas de nós passamos por isso. No meu caso, com mais exposição pela função e pela rede social, mas quantas de nós aqui já não fomos duvidadas e desacreditadas no nosso ambiente de trabalho? Quantas já não ouvimos um pouco disso no nosso dia a dia? “, questionou.
Tarciana afirmou que o debate em torno da situação vai além do valor do seu salário. “É sobre eu ser uma mulher ocupando espaço de poder”, disse. Ela também declarou que deseja fortalecer o debate sobre a necessidade de equidade salarial entre pessoas de diferentes gêneros.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, apesar do discurso de Tarciana, na prática, o BB tem desrespeitado várias ações de inclusão e diversidade. Como exemplo, há casos de funcionários negros e PCDs sendo demitidos durante o estágio probatório.
Além disso, é preciso considerar que, se o BB, mesmo atingindo melhor lucro da história do banco no primeiro trimestre concedeu um reajuste ínfimo de 4,62% à presidente, o aumento dos funcionários será ainda pior. Portanto, a necessidade de mobilização dos bancários na Campanha Salarial 2024 é urgente!