O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região realizou nesta quarta-feira, dia 17, um protesto contra as demissões que ocorreram nos últimos dias no Bradesco. A manifestação, que teve um “Portal do Inferno” na entrada da agência do Bradesco, localizada na Ezequiel Ramos, em Bauru, contou com um ator vestido de demônio, denunciando o “inferno” que os trabalhadores têm de enfrentar no banco: adoecimento, assédio, ameaças de demissão, sobrecarga de trabalho, metas abusivas e demissão injustificada.
Na semana passada, o Bradesco voltou a demitir um bancário que havia sido desligado sem justa causa em junho de 2021, durante o período de estabilidade, e que foi reintegrado em agosto do mesmo ano, após liminar conquistada pelo Sindicato.
Além dele, o Bradesco demitiu sem justa causa uma bancária que havia acabado de voltar de licença médica. A trabalhadora, que tinha 12 anos de banco, ainda está em tratamento, por conta de transtornos mentais.
Para o Sindicato, as demissões injustificadas são uma afronta aos trabalhadores, principalmente aquelas que têm acontecido durante a campanha salarial da categoria, que está em percurso.
Fora isso, o Sindicato denuncia que a agência da Ezequiel, onde os dois bancários foram demitidos, tem registrado todos os dias grandes filas e demora no atendimento, ou seja, não tem sentido reduzir o quadro de funcionários, já que a medida vai piorar ainda mais a situação da unidade, tanto para os clientes, quanto para os trabalhadores que estão sobrecarregados.
Adoecimento mental na categoria
Desde 2013, transtornos mentais e comportamentais passaram a ser a principal causa de afastamentos na categoria bancária. De 2012 a 2021, eles foram responsáveis por 5% dos afastamentos por acidentes de trabalho (auxílio previdenciário B-91), e 10% dos afastamentos por doenças comuns (B-31), nos Grupos Econômicos em Geral (conjunto total dos trabalhadores brasileiros).
Porém, no mesmo período, em todo setor econômico (bancos e as financeiras), os transtornos mentais representaram 39% dos afastamentos por acidentes/doenças do trabalho e 29% dos afastamentos não reconhecidos como acidente ou doença do trabalho.
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