Fenaban
É na mesa da Fenaban onde é discutido o acordo principal da categorial, a CCT, que inclui o índice de reajuste e a duração do acordo, entre outras coisas. Só por isso, o acordo já deveria ser rejeitado. Propor aumento de 1,18% acima da inflação estimada neste ano e 1% acima da inflação do ano que vem é muito pouco diante da lucratividade dos banqueiros (veja tabela abaixo).
Além disso, diversos pontos que deveriam ser negociados este ano foram ignorados, como cláusulas que vedassem a terceirização irrestrita, as demissões em massa e as demissões sem justa causa. Nada se incluiu para melhorar as condições de trabalho nos bancos e a saúde tão debilitada dos bancários.
Para piorar, foi incluída uma cláusula que permite aos bancos descontarem 1,5% do salário do mês de setembro e 1,5% das duas parcelas da PLR para financiar justamente os sindicatos que entregaram nossa campanha – o Sindicato de Bauru já notificou a Fenaban que não tem interesse nesse desconto.
BB
O acordo aditivo do Banco do Brasil este ano praticamente se limitou a reproduzir o acordo passado, acrescido de claúsulas novas que apenas reproduzem algumas regras introduzidas pela reforma trabalhista.
Para os bancários do BB, o maior ataque está na cláusula da CCT que permite, nas ações de 7ª e 8ª horas, o desconto da gratificação de função do valor total ganho judicialmente, o que faz com que em alguns casos, como o dos assistentes, não compense entrar com ação com esse teor. A pergunta que fica é: o que leva representantes dos trabalhadores a incluir uma claúsula como essa em um acordo que deveria ser pró-trabalhador?
O acordo de dois anos para quem é de banco público também é um crime, já que os bancários ficam de mãos atadas para se organizar contra novas reestruturações e até mesmo eventuais privatizações, que devem ocorrer dependendo de quem vencer a eleição presidencial deste ano, sem contar os ataques como a reforma da Previdência, que também deve voltar à baila em breve.
Enquanto a Fenaban e a Contraf/CUT só enrolavam, diretores do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região paralisaram agências em Bauru
Caixa
A maior aberração, no caso da Caixa, é que a implementação da Resolução nº 23 da CGPAR foi incluída no próprio acordo coletivo do banco. Isso porque o atual modelo do Saúde Caixa só está garantido até 2021.
A Caixa Econômica Federal é, hoje, o banco que mais retira funções e enxuga sua estrutura em todo o país (em especial nas áreas-meio). Não discutir cláusulas de incorporação de função facilita o avanço do governo Temer sobre os bancos públicos.
Também deixou de ser debatida a contratação de novos funcionários via concursos públicos. Hoje, os empregados da Caixa estão sobrecarregados, pois o banco fechou quase 3,8 mil postos de trabalho em 12 meses e não repôs ninguém.
Isonomia, discriminação aos empregados optantes do REG/Replan Não Saldado, fim do “caixa minuto” e de novas nomeações para essa função, incorporação dos prêmios de produtividade ao salário… Essas são apenas algumas das reivindicações ignoradas pela direção do banco sem resistência da Contraf/CUT.