A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) novamente não apresentou nenhuma proposta às reivindicações de cláusulas econômicas dos bancários. Ontem (13), foi a 7ª rodada de negociação entre o movimento sindical e os representantes dos banqueiros. Os bancos estão com as reivindicações da Campanha Salarial em mãos há quase dois meses e faltam somente 17 dias para a data-base da categoria.
De acordo com a Contraf-CUT, a Fenaban insistiu em dizer que a competitividade no setor está colocando em risco a lucratividade e rentabilidade das instituições. O argumento foi rebatido, já que os bancos “seguem com presença segura no mercado financeiro do país”. Além disso, foi apontado que, neste ano, dos 8.809 setores no país que fizeram negociações salariais, 86% tiveram aumento. Nesse sentido, o movimento sindical questionou: se setores como, comércio e agropecuária, que também possuem concorrência, conseguem reajustar o salário dos trabalhadores, porque os bancos não conseguiriam?
Devolutivas
As únicas propostas da Fenaban apresentadas durante essa última mesa de negociação foram em relação às cláusulas sociais. Confira:
- Inclusão do termo “assédio moral” em cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT);
- Formação de mulheres (da comunidade e bancárias demitidas) para a área de Tecnologia da Informação (TI), a partir da contratação de duas entidades especializadas. Foi pedido que a medida também envolva as bancárias em atuação (requalificação). Fenaban ficou de analisar a solicitação;
- LGBTQIA+: Criação de cláusulas de repúdio à discriminação, com canais de apoio; Respeito ao nome social, em todos os sistemas do banco, antes da obtenção do registro civil de retificação de nome para pessoas transexuais; Garantia do uso do banheiro conforme o gênero que a pessoa se reconhece; Trabalho de letramento em toda a categoria para o combate à discriminação;
- Cláusula de garantia de criação de Comitê de Gestão de Crise em casos de calamidade. O comitê terá autorização prévia para tomada de decisões necessárias aos bancários atingidos por calamidades. Entre essas ações estão a liberação de teletrabalho e de banco de horas;
- Reforço ao programa de apoio às bancárias vítimas de violência doméstica, previsto em cláusulas na CCT;
- Sobre as obrigações da lei federal de igualdade salarial entre homens e mulheres, a Fenaban disse que irá melhorar a divulgação do relatório de transparência salarial do setor;
- Fenaban irá reavaliar necessidade de realização do Censo da Diversidade.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, apesar da Contraf-CUT cobrar transparência dos banqueiros, na verdade, a própria Confederação não está sendo transparente com os bancários nesta Campanha Salarial. Faltam informações aprofundadas sobre as negociações e, principalmente, falta a oportunidade dos trabalhadores decidirem se querem greve ou não.
As próximas negociações estão agendadas para os dias 20 e 21 de agosto.
QUEREMOS ASSEMBLEIAS! QUEREMOS LUTAR PELOS NOSSOS DIREITOS! CHEGA DE PROSTRAÇÃO, CONTRAF-CUT!