Mais uma vez, a aprovação da reforma foi obtida através de uma vergonhosa política de toma-lá-da-cá.
Na semana da votação em primeiro turno, Bolsonaro já havia liberado R$ 2,5 bilhões para as emendas parlamentares. Agora, na tarde em que ocorreriaia a votação em segundo turno, o governo publicou uma edição extra do Diário Oficial da União com um projeto de lei para liberar mais R$ 3 bilhões em verbas extras, para que os ministérios consigam pagar emendas parlamentares.
Uma verdadeira compra de votos de deputados, com o compromisso de liberação de verbas parlamentares.
O texto do projeto de lei faz um remanejamento orçamentário, o que significa que o governo vai cancelar gastos em outras áreas. Ou seja: deputados vão poder utilizar recursos para fazer campanha em suas bases eleitorais enquanto Bolsonaro vai seguir anunciando cortes de gastos em áreas fundamentais para a população, como saúde e educação.
Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal foi acionado quando da primeira liberação das verbas, já que parte delas não teve autorização legislativa para acontecer.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a reforma da Previdência só está sendo aprovada por conta do fisiologismo dos parlamentares. “Os deputados sabem o mal que essa reforma vai causar à maioria dos brasileiros, e vão usar as verbas para tentar compensar a má impressão perante seus eleitores”, afirma Priscila Rodrigues, diretora da entidade.