De acordo com a Receita Federal, o setor bancário recebe anualmente cerca de R$ 200 milhões em incentivos fiscais. Entre as instituições, o Santander lidera como a maior beneficiada, recebendo, junto com outras empresas do conglomerado, quase R$ 105 milhões em isenções.
Em seguida, está o Bradesco com R$ 23 milhões em benefícios fiscais. Apenas com a receita gerada pela prestação de serviços e tarifas bancárias, o banco cobre em 122,3% de suas despesas totais com o pessoal, incluindo a PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
O Itaú vem logo atrás, com R$ 6 milhões em incentivos fiscais. No entanto, se somadas as isenções concedidas pra empresas do mesmo grupo empresarial, esse montante ultrapassa os R$ 50 milhões. Assim como o Bradesco, os recursos provenientes de serviços e tarifas cobrem em 159,6% o total de suas despesas com pessoal.
Outros privilegiados
O Ministério da Fazenda divulgou de forma inédita, na semana passada, o valor que o governo federal deixa de arrecadar com renúncias fiscais: R$ 546 bilhões. Uma lista com as empresas beneficiadas também foi divulgada pela pasta. Além dos bancos, se destacam como privilegiados as companhias ligadas ao agronegócio – setor que, sozinho, responde por 18,7% do montante da renúncia fiscal.
Segundo a Fazenda, as empresas mais beneficiadas são: Braskem (R$ 2,27 bilhões); Syngenta (R$ 1,77 bilhão); TAM (R$ 1,70 bilhão); Yara Brasil Fertilizantes (R$ 1,23 bilhão); Azul Linhas Aéreas (R$ 1,04 bilhão); Samsung (R$ 1 bilhão); OCP Fertilizantes (R$ 975,9 milhões); BASF (R$ 907,6 milhões); Arcelormittal (R$ 801,9 milhões) e Philco (R$ 730 milhões).
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, é inaceitável que empresas, como as instituições financeiras que lucram bilhões às custas de exploração de trabalhadores e clientes, continuem sendo premiadas com incentivos fiscais, enquanto o peso dos impostos recai de forma desproporcional sobre os mais pobres.