Durante a quinta mesa de negociação da Campanha Salarial dos Bancários de 2024, realizada em 25 de julho, o movimento sindical reivindicou à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ações efetivas de combate ao adoecimento da categoria. O tema do encontro foi “saúde e condições de trabalho”.
Os bancários são os trabalhadores que mais adoecem em função do trabalho no Brasil, principalmente na parte mental. De acordo com pesquisa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), apesar de representar somente 0,8% do emprego formal no País, a categoria respondeu por 3,7% dos 105,2 mil afastamentos acidentários e 1,5% dos 928,5 mil afastamentos previdenciários em 2022.
Esse índice tem relação direta com a rotina estressante e desgastante dos trabalhadores, repleta de preocupações, cansaço e fadiga devido à sobrecarga de trabalho, além da pressão para cumprimento de metas abusivas.
Assédio moral
Na negociação, a Fenaban admitiu o aumento das denúncias de assédio moral – que chegaram a 1.608 casos -, mas, vergonhosamente, negou sua relação com os programas de metas, de gestão de cobranças e o adoecimento da categoria.
O movimento sindical reivindicou que a Federação altere diversos pontos da Cláusula 61, que trata do assédio moral. As alterações englobam: a inclusão da garantia de sigilo absoluto da identidade do denunciante e denunciado; redução do prazo de apuração e resposta; participação dos sindicatos em todo o processo, inclusive na apuração; realização de campanhas de prevenção; e que a adesão à cláusula deixe de ser facultativa e passe a ser obrigatória.
A Fenaban concordou em rediscutir a redação da cláusula, porém, nada foi definido até o momento.
Licença saúde
Foi solicitada a prática de “acolhimento humanizado” aos trabalhadores que voltam de licença saúde, para que não percam suas funções e comissões quando retornam do período de afastamento, nem sejam discriminados. A Fenaban alegou que analisará a legislação para melhorar a redação das cláusulas relacionadas no ACT.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, faltam respostas efetivas às demandas da categoria nas mesas de negociações. Os banqueiros e o governo, aliados à inerte Contraf-CUT, continuam adiando a apresentação de propostas somente para agosto. Lembrando que a data-base da categoria é 1 de setembro.
Enquanto isso, a exemplo das últimas campanhas, não há indicativo de mobilização ou greve por parte do Contraf, que aceita passivamente a estratégia dos bancos de apresentar as respostas às reivindicações ao fim do prazo, com o objetivo de enrolar as negociações e dificultar a organização da greve devido a ultratividade.
As próximas reuniões serão sobre cláusulas econômicas. É importante ressaltar que a Contraf-CUT está cobrando a inflação mais aumento de 5%, enquanto os bancários da FNOB (Frente Nacional dos Bancos) reivindicam reajuste de 34,47%, reposição das perdas salariais acumuladas desde a implantação do Plano Real, acordo anual, PLR de 25% do lucro líquido dos bancos distribuídos de forma linear, defesa do emprego, fim do assédio e das metas abusivas, além de melhoria à assistência à saúde dos trabalhadores e trabalhadoras.
Calendário
- 6/8 – Cláusulas econômicas
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