O 1º de Maio deste ano foi marcado pelo trágico incêndio do edifício Wilton Paes de Alemida, que veio a desabar por completo por causa do fogo. O edifício estava abandonado pela União e ficava no Largo do Paissandu, na capital de São Paulo. Era lar de 150 famílias.
Infelizmente, o atual governador do estado, Márcio França (PSB), e parte da imprensa aproveitaram o fato para criminalizar os movimentos sociais e os sem-teto, esquecendo-se da realidade: quem gostaria de morar em um cubículo de 9 m2 como os do edifício? João Dória, ex-prefeito da cidade, disse que o prédio foi “invadido por uma facção criminosa”.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região é solidário com as vítimas do desabamento (ainda é incerto o número de vítimas fatais) e lembra que o País conta com um déficit de 6,3 milhões de moradias e que os governos do PSDB, do PT e do MDB nada fizeram sobre o fato de haver 7,9 milhões de imóveis vagos, sendo que boa parte deles são públicos.
No Brasil, o direito à propriedade privada está vinculado à sua função social. Por isso, enquanto houver imóveis inutilizados, os governos não podem tapar os olhos para tanta gente sem moradia.
A polícia ainda apura se o incêndio foi criminoso ou derivado de descuido.
O presidente Temer visitou o local e, como de hábito em suas aparições públicas, foi amplamente rechaçado pela população, tendo de sair rapidamente.