O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) levou um calote de R$ 2,3 bilhões após fornecer recursos para um programa de microcrédito da Caixa Econômica Federal criado pelo então presidente Jair Bolsonaro às vésperas da campanha eleitoral de 2022.
O SIM Digital, por meio do aplicativo Caixa Tem, oferecia empréstimos de até R$ 1.000 para pessoas físicas, inclusive a quem estava com o nome sujo, e até R$ 3.000 para microempreendedores individuais. Foram emprestados R$ 3 bilhões. O valor não pago corresponde a R$ 2,3 bilhões (um quinto desse número é prejuízo da Caixa, o que representa R$ 460 milhões).
O que diz a CEF
O banco afirmou que “em junho deste ano, as operações [do SIM Digital] foram suspensas, evitando novos prejuízos aos trabalhadores (FGTS)”.
O FGTS colocou R$ 3 bilhões no FGM (Fundo Garantidor de Microfinanças) no primeiro trimestre de 2022 e conseguiu recuperar cerca de R$ 1 bilhão em julho deste ano, contudo, o restante foi perdido. A decisão para o aporte veio em uma medida provisória e não passou pelo Conselho Curador do FGTS, formado por representantes do governo, dos trabalhadores e de instituições patronais.
A lei que criou o programa de microcrédito dizia que “o FGM não disporá de qualquer tipo de garantia ou aval por parte da União”.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, é inaceitável que Bolsonaro e o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, sigam impunes após causar prejuízos tanto para o banco público quanto para os trabalhadores brasileiros.