A Controladoria Geral da União (CGU) aplicou a penalidade de demissão por justa causa ao ex-vice presidente de Estratégia e Pessoas (VIEPE) e de Logística e Operações (VILOP) da Caixa Econômica Federal, Antônio Carlos Ferreira de Sousa. A penalização decorre dos casos de assédio sexual e moral praticados por Souza, durante a gestão de Pedro Guimarães entre 2021 e 2022.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União no dia 22. De acordo com a CEF, o ex-vice já estava afastado do cargo desde julho de 2022. O banco declarou que “iniciará as providências devidas para o cumprimento do desligamento”. Antônio Carlos Ferreira de Sousa ingressou na Caixa em 1989 e, em 2003, foi transferido para o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), onde seguiu até o ano de 2018.
De acordo com a investigação, que comprovou a veracidade das denúncias, o assédio moral se manifestava por meio de tratamento desrespeitoso, humilhações constantes, ameaças e constrangimento aos trabalhadores. Já o assédio sexual incluía condutas como elogios inadequados, insinuações de cunho sexual e convites insistentes, gerando intimidação e desconforto às vítimas.
“Gangue de Guimarães”
Pedro Guimarães, ex-presidente da CEF, assediava as funcionárias e os funcionários com a ajuda de aliados, como o vice Antônio Carlos Soares. A “gangue de Guimarães”, como era conhecida pelas vítimas, perseguia as mulheres que não cediam ao assédio e também os funcionários que tinham posição ideológica e religião diferentes das seguidas por ambos.
Um trabalhador, com mais de 20 anos de Caixa, participou de um processo seletivo para ser promovido para uma função em 2020. Apesar de ter sido aprovado, foi cortado assim que “apareceu” como filiado a um partido “de esquerda” nos anos 2000. De acordo com relatos da vítima, mesmo comprovando em cartório que a filiação não foi realizada por ele, perdeu a promoção.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região espera que todos os envolvidos nos casos repugnantes de assédio moral e sexual contra funcionários sejam devidamente penalizados. A expectativa é de que Pedro Guimarães seja julgado em breve. A oitiva de testemunhas teve início em outubro, na 15ª Vara Federal de Brasília.