“Nós nunca nos omitimos, por coerência, capacidade e responsabilidade, estamos cumprindo o nosso papel de representantes eleitos, sem ferir estatutos ou regimentos. A Cassi é um patrimônio do funcionalismo do BB, sendo nosso dever perseguir nossos princípios e convicções.
A proposta aprovada no Conselho Deliberativo não garante o futuro da nossa Caixa de Assistência. Alertamos a todos que o corpo social está sendo chamado a votar, de 18 a 28 de novembro para analisar novamente nova/velha proposta. É uma proposta requentada e seus pressupostos já foram reprovados duas vezes em consultas ao corpo social. Além do mais, ela é um paliativo que nos obrigará, em pouco tempo, a nova negociação em condições muito piores.
O patrocinador reconhece que tem obrigação em garantir assistência, afirma no seu balanço que a CASSI é um plano de Benefício Definido. Não faz o menor sentido os associados abrirem mão desse direito e mudarem a forma do plano ao aprovar pagamento por dependentes e travar a participação do BB em 4,5% da folha de pagamento.
A cada dia nossa vida está mais difícil dentro do Banco. Somos tratados como números, não sabemos o setor ou mesmo cidade que vamos trabalhar na próxima semana. As metas e as cobranças são cada vez mais brutais. Relatos de suicídios de colegas estão cada vez mais frequentes. Um dos únicos espaços de solidariedade que permanecem é a Cassi! E querem acabar até com isso!
O banco é o grande responsável pela crise da CASSI, o congelamento de salários, retirada de direitos, fim dos interstícios, descomissionamentos, reestruturações, não realização de concursos, planos de aposentadorias antecipadas…. Estamos adoecendo por culpa da política perversa do BB e ele quer que a gente pague a conta.
Além do mais, a proposta continua querendo mudar a governança. A própria análise da ANS não fez nenhum apontamento sobre esse tema. O banco deseja aumentar seu poder na direção da CASSI, enquanto diminui sua parcela no financiamento.
Os associados não se recusam a pagar mais!
Várias lideranças da categoria elaboraram um manifesto propondo alterar somente UM artigo do estatuto. Aumentaríamos nossa contribuição para 5,6% , o BB para 8,4% da folha, tudo provisoriamente por 5 anos. A proporção contributiva (60/40) estaria mantida. O somatório de 14% de contribuição sobre os proventos dos associados garante o equilíbrio financeiro da CASSI, recompõe as reservas e não seria mais necessário incluir a cobrança de coparticipações no custeio.
Existem outras propostas que poderiam ser estudadas e implantadas em definitivo. Como a proposta do rateio, que significaria dividir o déficit da CASSI na proporção de 60 a 40 entre o Banco e os Associados, o que também garantiria o equilíbrio financeiro sem quebrar a solidariedade e mantendo a CASSI como um plano de Benefício Definido.
Entretanto, fica claro que a preocupação do Patrocinador não é resolver o problema financeiro da CASSI. O interesse é REDUZIR suas provisões financeiras e só conseguirá isso ao reduzir sua participação no custeio do nosso plano. Cabe lembrar, que esse é um passo essencial para futuro processo de privatização do banco.
Estamos cientes de que ao votarmos NÃO para essa proposta, sabidamente insuficiente para a Cassi, também estaremos dizendo um enorme NÃO para a privatização do BB.
Não aceitamos ameaças
O banco por várias vezes tentou calar os representantes eleitos, tentando intimidá-los através de processos internos que tinha centralmente ataques a liberdade de expressão de nossos representantes. Mas isso não os calou. E não será nesse momento, em que tentam pela terceira vez aprovar a proposta do Banco, que os calará.
Nunca poderíamos esperar que a CONTRAF/CUT se igualasse ao Banco. A afirmação do coordenador da Comissão de Empresa, João Fukunaga, está alinhada com as declarações autoritárias do Governo Bolsonaro. “É irresponsável quaisquer manifestações de membros eleitos contra uma solução negociada (…) é irresponsabilidade administrativa e criminal”. Não bastasse o banco para nos ameaçar, agora temos o representante sindical cumprindo esse triste papel.
O desespero do discurso do coordenador da CEBB é inegável, provavelmente é devido a proposta não ter sido aprovada duas vezes e à forte rejeição que continua tendo na base, inclusive entres lideranças da própria central do coordenador.
Repudiamos o tom ameaçador da nota da CONTRAF/CUT e vamos continuar nos posicionando na defesa dos associados. Vamos continuar dizendo NÃO a propostas que quebrem a solidariedade, a cogestão e auxilie na privatização do banco. Defendemos a alternativa que sabemos ser a mais viável, sem comprometer nossos direitos e guardando proporção com nossa renda, pois é isso que vai garantir a perenidade da Cassi.”
Assinam:
Conselheiro Eleitos do Conselho Deliberativo da CASSI
Karen Simone D’Ávila
(Vice-Presidente do Conselho)
Ronaldo de Moraes Ferreira
Otamir Silva de Castro
Luiz Pizetta
Conselheiros Fiscais Eleitos da CASSI
Angelo Argondizzi Marcelino
Leodete Sandra Cavalcanti Silva
Nadia Maria de Novais da Silva