Para intensificar a venda de seguros, em julho, o Santander prometeu premiar com um safari na África os líderes das equipes que mais vendessem o produto. A campanha foi finalizada neste mês, mas não teve o final esperado.
Animados com a possibilidade da viagem, muitos líderes pressionaram gerentes PF e PJ a venderem seguros com endosso, quando um valor maior é cobrado na primeira parcela e as demais são cobradas com valor menor. Ao final da campanha, em vez de reconhecimento, esses gestores foram penalizados pela prática.
O banco enviou carta orientativa, advertência ou medida disciplinar aos envolvidos. Enquanto isso, os “Heads” e “Regionais” que pressionavam, direcionavam e supervisionavam as operações foram recompensados com a viagem de luxo.
Segundo denúncias, a venda de seguros com endosso ocorre há muito tempo, por conta das metas cada vez mais altas. Porém, se intensificou após a Zurich Seguros, parceira do Santander, presentear os ganhadores com a viagem, que custa a partir de US$ 7.500 por pessoa.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, é inadmissível que o Santander trate os gerentes como bodes expiatórios. O banco deveria reconhecer os esforços de todos os trabalhadores de forma justa, sem punições arbitrárias. Além disso, é preciso que ele pare com essa cobrança desenfreada de metas que gera, além de adoecimento, competições desnecessárias e conflitos entre os empregados.