Nos últimos dias, dois funcionários que trabalhavam há mais de uma década no Bradesco foram surpreendidos pela demissão. Os desligamentos ocorreram de forma imotivada, sob justificativa que já tornou-se uma verdadeira falácia: baixa performance.
A bancária demitida em Bauru trabalhava há 19 anos no banco e atuava como gerente no Bradesco Prime, da Praça Portugal. Já o outro bancário desligado, era gerente em Duartina e estava há 14 anos na instituição.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região já está oferecendo apoio jurídico aos envolvidos.
Desvalorização
O Bradesco tem demitido há anos funcionários mais experientes, sob o pretexto de baixa performance. Apesar dessa tentativa de desqualificar os colaboradores, o dia a dia nas agências comprova que a justificativa é falsa.
Além de serem cobrados diariamente a alcançar metas inatingíveis, os bancários atendem uma quantidade absurda de clientes, tendo que realizar inúmeras tarefas e sempre em menor tempo. Mesmo neste cenário caótico, eles se desdobram para cumprir todo serviço, mas para o banco, nunca é o suficiente. O resultado disso, são trabalhadores cada vez mais sobrecarregados, esgotados e adoecidos. O Bradesco, inclusive, já foi condenado na Justiça por assédio moral institucional, por conta dessas condutas abusivas.
Reestruturação
Outro fator que desmente a motivação de demissão é que, após anunciar em fevereiro uma nova reestruturação, o banco cortou cargos executivos intermediários entre a diretoria e a presidência.
Para o Sindicato, um banco que lucrou R$ 16,3 bilhões somente em 2023 não tem motivos para demitir funcionários com anos de casa, muito menos colocar em prática mais uma reestruturação, que resultará no fechamento de mais agências.