O Santander divulgou, no dia 3, seu primeiro Censo de Diversidade e Inclusão. O estudo teve a participação de 26 mil trabalhadores, o que representa 51% do quadro funcional do banco.
Foram analisados dados estatísticos referentes a raça, gênero, geração, orientação sexual e deficiência. De acordo com o banco, a pesquisa tem o objetivo de melhorar as condições de trabalho e promover um ambiente mais inclusivo.
Raça
A pesquisa mostrou que apenas 9% dos participantes se autodeclararam pretos. Já 58% se declararam brancos, 30,2% pardos, 2,1% amarelos e 0,2% indígenas.
Apesar do censo abranger apenas os funcionários do Santander, a desigualdade racial está profundamente presente em outros bancos e em todo mercado de trabalho. De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), tanto a inserção quanto as possibilidades de ascensão são desiguais para a população preta e parda.
Em 2023, os negros ocupavam apenas 33,7% dos cargos de direção e gerência, embora representem 56,1% da população em idade de trabalhar. Sendo assim, um em cada 48 trabalhadores negros ocupa função de gerência, enquanto entre os homens não negros, a proporção é de um para 18 trabalhadores. Além disso, os negros ganhavam 39,2% a menos do que os não negros.
A situação se agrava ainda mais em relação ao gênero. As mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens no Brasil. Na categoria bancária, se a mulher for negra, ela recebe em média 40,6% a menos que o homem branco.
Identidade de gênero
O censo do Santander que, em termos de identidade de gênero, 52,7% dos participantes se identificaram como mulheres cis, 0,2% como mulheres trans, 45,5% como homens cis, 0,2% como homens trans e 0,3% como não binários.
Geração Y é maioria
No banco, a geração Y (nascidos entre 1982 e 1994) é maioria, representando 69,8% do quadro. Em seguida, está a geração X (nascidos entre 1965 e 1980), com 12,8%; depois a geração Z (entre 1997 e 2010); e a baby boomers (1945 e 1964), com 0,3%.
Orientação sexual
Ao serem questionados sobre a orientação sexual, 87% dos funcionários do Santander se autodeclararam heterossexuais, 5,4% bissexuais, 4,5% gays, 1,7% lésbicas, 1,1% pansexuais e 0,3% outros.
PCDs
Entre as pessoas com deficiência, 52,7% possuem deficiência física, 21,6% visual, 13,1% neurodivergente, intelectual ou múltipla, e 12,7% auditiva.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o Santander precisa utilizar os resultados de seu censo como impulso para novas contratações, visando a diminuição da desigualdade racial e discriminação, além do aumento da inclusão.