Enquanto milhares de brasileiros lutam para sobreviver à crise econômica do País, enfrentando a inflação e o desemprego (que já atinge 12,2 milhões de brasileiros), os banqueiros fazem sua própria folia de carnaval com os bolsos cheios de dinheiro.
O lucro líquido dos maiores bancos do Brasil com ações na Bolsa (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander) somou R$ 73,20 bilhões em 2018. Na comparação com 2017, o valor representa um crescimento de 12,77%.
Somente o BB teve lucro líquido ajustado de R$ 13 bilhões em 2018, que representa alta de 22,2% na comparação com o ano anterior. O Itaú (25,73 bilhões), Bradesco (21,56 bilhões) e Santander (12,39 bilhões), junto com a Caixa Econômica Federal (que ainda não divulgou o seu lucro), concentram quase a totalidade do mercado bancário brasileiro.
Concentração bancária
O Brasil está entre os países com sistemas bancários mais concentrados do mundo. Segundo dados disponibilizados pelo Banco Central, a concentração bancária significou, em 2017, que de cada R$ 10 depositados, R$ 8,50 ficavam em apenas cinco bancos. Essa concentração representou 85% de todos os depósitos realizados no período.
Ou seja, para os acionistas, a falta de concorrência e o lucro são garantidos com essa concentração, mas para os clientes, não há nada o que ganhar, apenas mais taxas e juros.
Além de ganharem com o spread bancário, os bancos ganham principalmente com as tarifas. Desde 2012, a receita de tarifas dos maiores bancos supera a folha de pagamento do pessoal.
Protegidos
Um dos principais motivos dos bancos continuarem na folia bilionária é o respaldo do governo, mandato após mandato.
Os banqueiros também garantem sua lucratividade através da dívida pública. FHC chegou a injetar mais de R$ 30 bilhões para salvar bancos privados e nos governos do PT o procedimento não foi muito diferente. Com a crise econômica de 2008, os bancos continuaram lucrando bilhões com a prática.
Um estudo de 2012, apontou que somente em 2011, 60% do lucro líquido dos grandes bancos vieram de juros do compulsório, que é o dinheiro que supostamente está ‘parado’ no Banco Central.
No governo Bolsonaro não será diferente. Os presidentes dos bancos públicos indicados pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, já sinalizaram que pretendem vender as subsidiárias e negócios mais lucrativos, esvaziando ainda mais o setor público e aumentando a concentração bancária.
Diante de tamanha lucratividade é inacreditável a volta das demissões no sistema bancário. Após um breve período de aumento de vagas de trabalho, desde o começo do ano seis bancários de Bauru e região foram demitidos injustamente.
Para o Sindicato é preciso uma regulamentação do sistema bancário, o fortalecimento dos bancos públicos e o reconhecimento dos bancários como os maiores responsáveis pela maior lucratividade dos bancos.