No último dia 15, ruas e praças de norte a sul do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, foram ocupadas por dezenas de milhares de pessoas demonstrando indignação com a execução a tiros de Marielle Franco, vereadora carioca pelo PSOL, ocorrida na noite anterior. Anderson Pedro Gomes, que dirigia o veículo alvejado, também morreu no atentado.
O fato de Marielle ser mulher, negra e favelada fez com que mulheres fossem a vanguarda em boa parte dos atos, inclusive em Bauru, onde grupos delas organizaram um protesto em frente à Câmara Municipal – o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região cedeu seu caminhão de som para o ato.
Os manifestantes pediram justiça, investigação rápida, punição dos culpados e o fim da intervenção federal na Segurança do RJ.
As constantes críticas feitas por Marielle aos abusos cometidos por policiais, em especial os do 41º Batalhão de Acari, conhecido como “Batalhão da Morte”, levam à possibilidade de que sua morte tenha sido encomendada por milicianos ou policiais militares corruptos. Marielle também havia assumido, duas semanas antes, a relatoria de uma comissão na Câmara Municipal do Rio para acompanhar a intervenção.
O assassinato dessa jovem mulher provocou forte comoção, levando a um repúdio generalizado dentro e fora do país. Representantes de todas as instituições brasileiras, do governo Temer, Congresso e Judiciário até organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas e a Anistia Internacional, além de governos, se pronunciaram. Artistas e personalidades também repudiaram o crime.
Mais de dez dias já se passaram e nenhuma novidade foi divulgada pela polícia. O Sindicato espera que Marielle e as causas que ela defendia não sejam esquecidas.
(Bancários na Luta nº 23)