O secretário de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar, afirmou no dia 28, durante um evento promovido pelo banco Credit Suisse em São Paulo, que o governo federal pretende arrecadar pelo menos US$ 25 bilhões com a privatização de estatais neste ano.
Segundo ele, somente Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal devem continuar sendo estatais, embora bem mais enxutas.
Em sua apresentação para investidores, Mattar disse que o BB pode vender até 16 de suas subsidiárias (a primeira deve ser a BB DTVM), e a Petrobras, a maior parte de suas 36. Ele também listou todas as subsidiárias de seguros da Caixa como potenciais alvos da privatização, além de outras. A Lotex, por exemplo, que é a empresa responsável pela loteria instantânea em todo o Brasil, vai a leilão em 26 de março, e a expectativa é que o BNDES arrecade cerca de R$ 640 milhões em três anos com a outorga.
O secretário explicou que as subsidiárias podem ser vendidas rapidamente porque não dependem de autorização do Congresso.
O plano de Bolsonaro é vender 131 estatais durante seu governo. Com isso, pretende arrecadar algo em torno de R$ 750 bilhões e usar esse dinheiro para pagamento da dívida para os banqueiros. O Brasil deve hoje cerca de R$ 3,8 trilhões.
Questionado pelo Estadão sobre enxugamento de pessoal, o novo presidente do BB, Rubem Novaes, disse que “custo é como unha: é preciso cortar constantemente”. Vergonha!
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, é uma afronta vender todo o patrimônio do País para pagar banqueiro e ainda ficar devendo. “Somos contra a venda das subsidiárias do BB e da CEF e contra a venda de estatais de baciada”, afirma Alexandre Morales, diretor do Sindicato e funcionário da Caixa.