O setor bancário registrou, após 12 meses consecutivos de fechamento de vagas, ligeiro saldo positivo de empregos, com a abertura de 257 postos de trabalho, resultado de 3.681 admissões contra 3.424 desligamentos. De acordo com o levantamento, 56,3% dos desligamentos foram sem justa causa, 36,3% por pedido do trabalhador e 3,8% por justa causa.
Contudo, de janeiro a outubro de 2023, o setor fechou 5,3 mil postos de trabalho, segundo pesquisa do Dieese, com base no Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Em outubro, os fechamentos de postos de trabalho se concentraram nos seguintes estados: São Paulo (concentrou 82% do saldo negativo, com redução de 196 vagas), Rio de Janeiro (-23), Paraná (- 14), Santa Catarina (-4) e Amapá (-2).
Gênero, faixa etária e remuneração
Dentre as 27 unidades da federação, 21 estados acusaram saldo positivo em outubro, com destaque para o Rio Grande do Sul (+192 vagas), Pernambuco (+42 vagas) e Ceará (+36 vagas).
Considerando o recorte de gênero, no mês de outubro, o aumento de vagas privilegiou os homens. Entre eles, houve aumento de 396 vagas. Já entre as mulheres, houve redução de 140 vagas. Na segmentação por faixa etária, houve saldo positivo entre as faixas de até 29 anos (1.054 vagas a mais). Já para as faixas etárias superiores, o movimento foi contrário, com fechamento de 798 vagas.
Com relação à remuneração, os dados apontam redução do salário médio que, para o bancário admitido chegou a R$ 5.564,98, apenas 73,38% do que era recebido pelo demitido (R$ 7.583,32).
Acumulado de 12 meses
No acumulado de 12 meses (novembro de 2022 a outubro deste ano) 5.712 de postos de trabalho foram fechados. Considerando apenas os “bancos múltiplos com carteira comercial” o saldo negativo foi ainda maior: 5.848 vagas. Segundo a pesquisa, esta atividade bancária, que inclui os principais bancos privados e o Banco do Brasil, foi a sexta atividade com maior número de fechamento de postos de trabalho em todo o país durante o ano de 2023, ficando atrás somente de atividades ligadas ao comércio e de teleatendimento.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o número elevado de desligamentos em 2023 representa a total falta de responsabilidade dos bancos, perante os trabalhadores, a demanda de serviços e os clientes. A redução de empregos aprofunda a sobrecarga de trabalho, o acúmulo de funções, o adoecimento dos funcionários, a precarização e a situação caótica das agências bancárias, com filas cada vez maiores e tempo de espera elevado para atendimento.
Em 2024, a entidade irá reforçar o combate às demissões imotivadas e à precarização do trabalho.