O Banco Pan demitiu ao menos 70 empregados no dia 16 de novembro, uma quinta-feira pós-feriado da Proclamação da República. Em apenas um departamento, 40 trabalhadores perderam o emprego. Como as demissões ocorreram quase no fim do mês, os desligados não receberam integralmente o salário de novembro e ainda deixarão de receber a 13ª cesta alimentação, paga em dezembro.
As demissões descumprem o que a instituição havia combinado com o movimento sindical paulista: não promover mais demissões em massa. Em setembro, o Pan já havia demitido mais de 170 bancários. Além disso, cerca de 400 bancários foram transferidos para a financeira da instituição, passando a ser financiários.
Desvalorização
Em reunião realizada no último dia 4, com os representantes dos trabalhadores, o Banco Pan alegou que os desligamentos de novembro não se tratam de dispensa coletiva, mas de um movimento normal de desligamentos. O movimento sindical discorda dessa “normalidade”.
Desde que o Pan foi assumido pelo BTG Pactual em 2021, a atual gestão tem realizado diversas mudanças prejudiciais aos trabalhadores, sustentando que as medidas fazem parte de uma reestruturação. O fim das negociações com os sindicatos sobre os programas próprios é um desses exemplos. Aliás, sobre isso, os representantes dos trabalhadores já solicitaram ao Pan que a negociação volte a ser feita diretamente com as entidades sindicais. No entanto, o banco dará retorno sobre o pedido apenas em janeiro.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região repudia a atitude do Pan. Um banco que teve lucro líquido ajustado de R$ 198 milhões no terceiro trimestre deste ano, pagou mais de R$ 6 milhões para a atriz Bruna Marquezine participar sua nova campanha publicitária e anunciou parceria estratégica com Luciano Huck, não tem qualquer justificativa plausível para demitir em massa.