Faltando poucos dias para o 2º turno da eleição presidencial no país, o Banco do Brasil utilizou uma foto de produtores rurais fazendo sinal de arma com as mãos, para ilustrar uma entrevista publicada na intranet Corporativa, seu sistema de comunicação interna.
A matéria, intitulada “Empatia e proximidade”, foi divulgada no dia 18 e traz uma entrevista com uma gerente de uma das unidades Estilo Agro. Após comentários de bancários denunciando a possível apologia à violência e propaganda política, a imagem da matéria foi alterada, em menos de duas horas após ser publicada.
O gesto de arma com as mãos se tornou marca de Jair Bolsonaro, que já ensinou até criança a imitá-lo durante discurso a apoiadores. Como promessa caso seja reeleito, Bolsonaro afirma que pretende ampliar o acesso a armas de fogo, seguindo os moldes da legislação dos Estados Unidos sobre o porte de armas.
Escalada da violência
O registro de armas novas pela Polícia Federal cresceu mais nos estados nos quais Bolsonaro venceu no segundo turno das eleições de 2018. Entre 2018 e 2021, o número de novas armas registradas passou de 39 mil para 163,7 mil nas 16 unidades da federação que votaram em Bolsonaro, uma alta de 320%.
A população dos locais que elegeram Bolsonaro em 2018 soma 145,3 milhões de habitantes, de acordo com a projeção para 2021 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Sendo assim, em 2022 houve uma arma nova para cada 1.700 pessoas.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, é inadmissível que o Banco do Brasil ilustre texto da intranet com foto de pessoas fazendo o gesto de arma. A mensagem subliminar tem o claro intuito de disseminar o apoio a Bolsonaro e incentivar a violência.