Na última sexta-feira (20), bancários da Argentina foram impedidos de iniciar a greve nacional da categoria, por determinação do Ministério do Trabalho do país.
Segundo a Asociación Bancaria (sindicato dos bancários argentinos), a paralisação seria realizada em três bancos (Santander, Galicia e Supervielle) e duraria 24 horas. Os trabalhadores cruzariam os braços em “repúdio ao fechamento de agências, à falta e diminuição permanente do quadro de pessoal, ao descumprimento de normas trabalhistas, à prática desleal no meio de negociação conjunta e à terceirização”.
Familiaridade
Apesar de ser outro país, o mesmo movimento do Santander Argentino pode ser visto no Brasil. Nos últimos anos, o Santander Brasil também intensificou o fechamento de agências, a onda de demissões imotivadas e a terceirização.
No caso da terceirização, desde o segundo semestre de 2021, o banco criou seis empresas. A medida atingiu o contrato de trabalho de centenas de empregados, alterando a representação sindical e enfraquecendo os direitos conquistados na convenção coletiva da categoria bancária. Inclusive, a instituição já foi condenada três vezes por fraudar a contratação de bancários. A Justiça do Trabalho reconheceu como pertencente à categoria bancária três empregados do Santander que haviam sido transferidos compulsoriamente para a SX Tools, empresa do mesmo conglomerado.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a situação argentina comprova que esse movimento de desvalorização dos profissionais e precarização do trabalho é uma conduta global do Santander. Por isso, é fundamental que o combate a esses ataques seja unificado e sem fronteiras.
O Santander é o maior grupo financeiro da Espanha e América Latina. Uma instituição que tem carteira de mais de 100 milhões de clientes numa rede global de 14.400 agências, não tem qualquer justificativa para rebaixar salários e direitos dos trabalhadores.