O Banco Mercantil enviou, no dia 12, um comunicado interno a seus funcionários com orientações de como agir diante da presença de representantes sindicais e jornalistas em seus pontos de atendimento. No documento, o banco orienta que os trabalhadores reportem qualquer “movimentação estranha em seu ponto de atendimento – como do Sindicato” para a assessoria de imprensa da instituição.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a medida se caracteriza como um ato antissindical, com o intuito de coibir a liberdade sindical dentro das agências do Mercantil. Considerar a presença dos representantes dos trabalhadores como uma “movimentação estranha” é inadmissível.
A liberdade sindical é um direito reconhecido e assegurado pela Constituição Federal de 1988 e pela ordem jurídica internacional em tratados, declarações e convenções. Os sindicatos são instrumentos de luta coletiva e devem estar constantemente presentes nos ambientes de trabalho, dialogando com os trabalhadores, atentos a todos tipos de irregularidades e realizando reuniões e manifestações em defesa dos direitos previstos na legislação e na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Limite de R$ 1.000
O Mercantil reduziu para R$ 1.000 o limite de saque diário que pode ser feito pelos aposentados que recebem o pagamento do INSS em suas unidades. A medida causou transtornos aos aposentados, que agora são obrigados a irem ao banco mais de uma vez, e aos funcionários, que estão ainda mais sobrecarregados, realizando mais atendimentos.
Para o Sindicato, possivelmente, a orientação sobre como lidar com jornalistas e representações sindicais repassadas aos trabalhadores do Mercantil deve estar ligada à redução do limite de saque dos aposentados. Isso porque a mudança, além de causar revolta nos aposentados, fez com que as agências do banco registrassem ainda mais filas, chamando atenção da imprensa e do movimento sindical.
A entidade repudia a estratégia fracassada do Mercantil e ressalta: se nos próximos dias o banco não divulgar uma retratação pública sobre o ato antissindical, irá denunciar o caso ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e organizará uma manifestação com a presença da imprensa local.