O movimento sindical denunciou aos ministros da Previdência, Carlos Lupi, e da Secretaria de Relações Institucionais da Previdência da República, Alexandre Padilha, os ataques do Santander contra trabalhadores, da ativa e aposentados, após a decisão unilateral do banco de retirar o patrocínio do Banesprev, que administra os planos previdenciários de funcionários da maioria dos bancos adquiridos pelo banco espanhol, entre eles o Banespa.
No documento, entregue durante encontro de Lupi com sindicalistas, em São Paulo, é destacado que desde 2016 o Santander tem desrespeitado leis, normas, estatutos e regulamentos, culminando, no ano passado, no pedido de retirada de patrocínio de planos que abrigam população idosa (alguns centenários), cerca de 98% assistida (aposentada).
“O Santander quer transformar a renda mensal certa e vitalícia dessa população idosa em um montante de recursos financeiros. Quer se eximir das suas obrigações, dos passivos que foram computados para a redução do preço de aquisição do banco, e imputar aos idosos assistidos todos os riscos, toda a volatilidade do mercado financeiro na aplicação dos recursos que lhes forem atribuídos após a retirada do patrocínio. Além da crueldade que isso representa, haverá significativa queda das rendas mensais desses idosos, pois o banco deixa de se responsabilizar, juntamente com eles, pela manutenção de reserva que garante a renda certa e vitalícia”, diz a denúncia.
Com essa atitude, o Santander desrespeita a lei 109/2001, que garante complementação de aposentadoria ao participante de previdência complementar. Ainda de acordo com o documento, o número de idosos envolvidos é de 24.718, sendo 24.300 já assistidos (aposentados).
No encontro, Lupi sugeriu reunião de representantes dos participantes do Banesprev com o futuro titular da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região espera que essa reunião realmente aconteça e que seja tomada alguma medida para interromper tamanha crueldade do Santander com os aposentados. Além disso, a entidade estuda a possibilidade de ajuizar ação sobre esse tema.