Nos últimos dias, 4 bancários pediram demissão do Santander, após chegarem no limite. Os pedidos de desligamento ocorreram em três unidades de Bauru (Duque, 4556 e Empresas) e em Avaré.
Em busca de valorização, respeito, saúde mental e satisfação profissional, esses trabalhadores deixaram para trás o ambiente hostil que tem pressionado e adoecido diariamente os empregados do Santander. Sobrecarga de trabalho, desvio de função, metas abusivas e assédio moral são alguns dos fatores que têm contribuído para o adoecimento e descontentamento dos funcionários.
Danos coletivos
Em razão de metas abusivas, adoecimentos mentais e práticas de assédio moral, em julho, o Santander foi condenado por danos morais coletivos no valor de R$ 275,4 milhões. A decisão, tomada pela maioria da 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região – resultado de duas ações civis públicas movidas pelo Ministério Público do Trabalho contra o banco – se aplica em todas as agências e empregados.
Protesto
No dia 14, o Sindicato dos Bancários realizou um protesto no Santander da Rio Branco, em Bauru, simulando um processo seletivo para reposição das vagas que ficaram abertas, após esses pedidos de demissões.
Os “candidatos” (atores), tiveram que passar por inúmeras tarefas para serem aprovados, afinal, no Santander, todos os bancários são obrigados a fazer múltiplas funções, como: ficar em pé por horas no autoatendimento; fazer triagem de filas, segurando um tablet durante todo o dia (propício para adquirir LER/DORT); realizar função de caixa e até mesmo conferência da tesouraria, sem ganhar nada por isso.
Mais de 5 mil pedidos As demissões voluntárias, a pedido do trabalhador, estão em crescente no setor bancário. Desde setembro de 2021, este tipo de desligamento está acima de 40% da totalidade e em abril chegou a 42% do total, de acordo com levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
De janeiro a abril, mais de 5 mil bancários solicitaram demissão, o que corresponde a 46,6% do total de desligamentos. A média de pedido de desligamentos no emprego formal brasileiro, no mesmo período, foi de 33,3%.
Para o Sindicato, enquanto o Santander e demais bancos continuarem explorando, desvalorizando, desrespeitando e adoecendo os trabalhadores, mais pedidos de demissão irão ocorrer.