Após um período sem realizar demissões em Bauru, por conta do compromisso assumido de não desligar funcionários durante a pandemia de coronavírus, o Itaú voltou a demitir sem justa causa nos últimos dias.
Sem qualquer explicação, três bancárias que estavam há anos no banco perderam o emprego. Duas delas trabalhavam na agência localizada na Ezequiel Ramos, no Centro da cidade, e a terceira, na Getúlio Vargas.
A bancária que trabalhava na Getúlio, atuava como gerente geral e após retornar da licença-maternidade, havia outro funcionário em seu posto. Com isso, a trabalhadora não tinha lugar fixo para exercer sua função e era “utilizada” para atender emergencialmente, por exemplo, agências onde o fluxo de clientes estava intenso.
Denúncias
De acordo com denúncias recebidas pelo Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, após a reestruturação no Itaú, onde a área operacional foi encerrada, os trabalhadores que tinham função de caixa se tornaram agentes de negócio e os gerentes operacionais passaram à função de gerente de atendimento, a cobrança de metas aumentou drasticamente.
O Regional do banco, segundo relatos, realiza diariamente reuniões com os funcionários e cobra que todos atinjam a meta de efetuar de 20 a 25 ligações por dia, para vender produtos aos clientes. Fora isso, as ligações devem ser registradas no sistema do Itaú. Além da dificuldade de atingir a meta, os funcionários também relataram insatisfação com a forma desatualizada com que a listagem de contatos é entregue, já que se algum bancário conseguiu vender produtos a algum cliente, não constará nessa relação.
Além disso, o Itaú também tem praticado algo proibido na Convenção Coletiva: o rankeamento de funcionários por produção. Absurdo!
Para o Sindicato, essa cobrança de metas do Itaú é completamente abusiva e condiz com a visão estritamente comercial do banco, onde os funcionários não são mais tratados como bancários, mas como vendedores.
Sobre as demissões, o Sindicato afirma que o Itaú obteve Lucro Líquido Recorrente Gerencial de R$ 19,720 bilhões – alta de 50% em relação ao mesmo período do ano passado – nos nove primeiros meses de 2021 e somente no 3º trimestre, o banco lucrou R$ 6,779 bilhões, ou seja, a instituição não possui nenhum motivo para voltar a demitir.
Para piorar, mesmo com esses resultados, foram fechadas 92 agências físicas no Brasil e abertas sete agências digitais, resultando em dezenas de demissões em todo o país. Inaceitável!
O Sindicato já está dando apoio jurídico às três trabalhadoras que foram desligadas injustamente e irá realizar uma série de protestos contra esses ataques.
Avaré
Na foto, Maria Emília e Júnior, diretores do Sindicato, colam cartazes na agência do Itaú de Avaré, em protesto contra a demissão que ocorreu na semana passada. Veja mais: www.seebbauru.org.br/noticias/sindicato-protesta-contra-transferencias-e-demissao-no-itau-avare/