O Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (Nupia) da Procuradoria-Geral do Trabalho (PGT) mediou na tarde de ontem (9) uma audiência sobre a reestruturação do Banco do Brasil. Participaram da reunião representantes do BB e de todo o movimento sindical bancário, que inclui duas confederações (Contraf e Contec) e os três sindicatos ligados à FNOB (o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região e os sindicatos do Maranhão e do Rio Grande do Norte).
O que disse o BB
O banco não julgou necessário expor a lista dos locais de trabalho que pretende fechar. Apenas propôs que haja reuniões periódicas entre sindicatos, gerências locais e superintendências estaduais “a fim de compreenderem a situação específica da respectiva rede nos Estados, inclusive a estratégia de revisão de estruturas e realocação de pessoas”.
Quanto à desgratificação dos caixas, o BB propôs seu adiamento por um mês, a partir do dia 10 de março, ratificando a necessidade de concordância de todas as representações presentes.
Por fim, requereu a suspensão da greve de 24 horas marcada para esta quarta-feira (10), além da suspensão das ações em curso e a não propositura de novas ações.
Paralisação nesta quarta, 10
Mesmo diante da requisição do BB, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região vai manter a paralisação de hoje, de acordo com o que foi aprovado em assembleia realizada na segunda-feira (8).
A partir das 9 horas, a entidade realiza um protesto em frente à agência Virgílio Malta, que é uma das que o banco pretende extinguir. A grafiteira Mari Monteiro vai pintar um painel durante o ato.
Para o Sindicato, a Contraf e a Contec não devem jogar peso na paralisação, apostando numa solução negocial. Diante da postura do banco ontem, o Sindicato acredita ser difícil chegar a algum tipo de consenso — apesar de que uma nova reunião vai acontecer hoje à tarde, sem a mediação da Procuradoria-Geral do Trabalho.
“O banco se recusa a negociar assuntos urgentes como as transferências arbitrárias, o Economus, o desconto referente à paralisação do último dia 29 etc.”, conta Paulo Tonon, diretor do Sindicato e funcionário do BB. “Além disso, é muito pouco o ‘esmolão’ de dois meses para os 10 mil caixas que vão ter redução salarial — cem deles só na região de Bauru”.
É preciso pressionar o banco a negociar esses pontos! É preciso lutar!